Setembro_2002 - page 103

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Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
Nas décadas de70 e80, todos os fa-
bricantes ganharam escala e aprodução
domésticadecarrosobteveumadasmais
espetaculares taxas de crescimento no
mundo: um salto de cerca de 100 mil
para 900mil unidades.
Através de um processo de concen-
traçãonos anos80, apenasquatro fabri-
cantes de automóveis estavam instala-
dosnopaís (48%Volkswagen;22%GM;
15%Forde14%Fiat), eas importações
eram quase nulas. Com a abertura do
mercado, o avanço doMercosul e uma
política de incentivo à instalação de fá-
bricas no Brasil, a situação tornou-se
bemmais complexa. Montadoras, que
antesoperavam tradicionalmentenaAr-
gentina, aproveitaramparacomplemen-
tar suas linhas em unidades brasileiras,
juntamente com outras que vieram fin-
car, pelaprimeiravez, suasbandeirasno
território nacional.
Entre93 e97, o setor automotivovi-
veuuma forte expansão, quando as ven-
das internas de veículos saltaram de 1,1
milhão para 1,9milhão de unidades, e a
produção também saltou de 1,4 milhão
para2,1milhõesno referidoperíodo.No
entanto, omercado em expansãomovi-
doaaberturacomercial,estabilidadeeco-
nômicaeMercosul;passouporumabrus-
camudançano cenário: a economiabra-
sileira foraafetadapelas crises asiáticae
russa, o dólar estourou, e omercado au-
tomobilístico recrudesceu. Esses dois
anos foramdedificuldades, tendo apro-
dução caído para 1,58milhão de veícu-
los em98 e 1,35milhãode unidades em
99. Para atenuar o impacto do recuo do
mercado internodessebiênio, fecharam-
se os Acordos Automotivos
Emergenciaisque reduziram impostose
preços, além de garantir o nível de em-
prego.
Em2000, a crisedesanuviou-se com
vendas de cerca de 1,5milhãode unida-
des nomercado interno e uma produção
totalde1,67milhãodeveículos (aumen-
tode23,7%em relaçãoaoanoanterior).
Ou seja, aqueda foi interrompida evol-
tou-se a registrar certa recuperação, por
conta da retomada do crescimento do
mercado interno e das exportações. Por
mais otimismo que omercado teve, os
números, noentanto, ainda ficaram lon-
ge do desempenho recorde da indústria
registrado em 1997, quando foram pro-
duzidas poucomais de doismilhões de
unidades.
Após aexpansãodos anos90, atual-
mente, a indústria automobilística está
presente, além de SãoPaulo, emMinas
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná,
Rio Grande do Sul e Goiás. Esse seg-
mento,que respondeupor10,2%dopro-
duto industrial brasileiro em 2000, teve
a sua frota doméstica estimada emqua-
se 19,5milhões de veículos nomesmo
ano, com números apontando uma pro-
porçãode, aproximadamente, umveícu-
lopara cada 8,8habitantes; e expectati-
vas de ummercadopromissor. OBrasil
conta com 13 marcas de carros nacio-
nais, incluindomodelosmundiais; e os
automóveis populares, de mil
cilindradas, continuam dominando o
mercado, sendo responsáveispor70,6%
das vendas.
III.Dinâmicae
tendênciasdo
setor
III.1. Mundo
O atual momento da indústria auto-
mobilística é a de concentração no se-
tor, mas sem a exclusão de marcas do
mercado. Isto é, as gigantes adquirem
outrasmenores com o intuito de conse-
guirem cobertura mundial, máxima
segmentação e melhor aproveitamento
de fábricas e plataformas. Com isso,
obtém-se o ganho de escala, a amplia-
çãoda áreageográficade ação e a com-
pensaçãodedeficiênciasemdetermina-
dos mercados. Ao invés de acabar com
as marcas, o reposicionamento destas
sobaégidedegrandesnomes, como,por
exemplo, GM ou Ford, permite uma
melhor diversificação e definição de
objetivos. Através dessa estratégia,
montadoras européias e norte-america-
nas tentamaumentar suaexpressividade
naÁsia, por exemplo.
Oganhodeescala, consideradouma
das formas para semelhorar a rentabili-
dade das empresas, é alcançado de di-
versas maneiras, dentre as quais desta-
cam-se: a reduçãode custos com forne-
cedores, otimização das compras, me-
lhor aproveitamento dos recursos da li-
nha de montagem e diluição de custos
cada vezmais altos com projetos e de-
senvolvimento. As montadoras buscam
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