89
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2006 – R E V I S T A D A E S P M
A nova
propaganda e
As novas
formas de comunicação
que foi regadaeadubadapelooutro.
É o foco do negócio. O importante
paraaAmBevé ter interlocutoresque
entendam os dois lados. Na minha
experiência pessoal – trabalhando
comaAmBev–umaparte importante
foi agregar quase uma tradução do
queerao
modusoperandi
daagência
para a necessidade da AmBev, pois
conheciabemo ladodaagência.Mas
nãoconcordoqueoanunciante tenha
a responsabilidadedacriação.
EDUARDO
– O resultado não vai
ser bom, porque o anunciante, ao
pensar sob o ponto de vista criativo,
usará uma ótica que talvez não seja
amelhor.Masacriação sem relevân-
cia e adequação tenderá a não ser
eficiente.
ÁLVARO
– Acho que estamos in-
troduzindoumadistorção.Semdúvida
nenhuma, para anunciantes como
vocês, vejo hoje que a fronteira com
as agências – pela própria especiali-
zação do cliente – melhoroumuito.
O CENP – Conselho Executivo de
Normas-Padrão– tem4.100agências
credenciadas noBrasil, que atendem
mais de 500mil clientes que fazem
propaganda de uma forma ou de
outra.Elesnãovão terasofisticaçãode
marketingaquesepodedar“ao luxo”
um Itaú, umaAmBev, ouaPetrobras.
JR
–Significaquearealidadebrasileira
estámais para as pequenas emédias
empresas?
ÁLVARO
–Não.Significaquehádois
mundos,masque será resolvidopela
tecnologia.Ontemnãohavia telefone
e, muitas cidades, que não eram ca-
beadas, receberamprimeiroocelular.
Muitas cidades que não têm livraria,
quandochegaa internet,vema livraria.
E várias pessoas, hoje, que não têm
condiçõesde terumaboaagênciaou
umaboa equipedemarketing –pela
tecnologia e por essas conversões
que estão acontecendo – vão con-
seguir resolver o seu problema. Vou
dar um chute: acho que amudança
do modelo de emissor/receptor de
comunicação éque vai permitir isso.
Oque foia internet?Pode-seacessara
BibliotecadeWashingtondoCeará.A
novamudançaéquevocênãoquersó
acessar;quer influirnomundoatravés
da internet. Trabalhei numa agência
gigante, com clientes gigantes, e em
clientesgigantesqueusavamagências
gigantes.Hojeestouemumaagência
pequenaepossogarantiravocêsque
a relação com o cliente, o trabalho
que é feito numa agência pequena
comum clientepequeno, é como se
viajássemosparaoutropaís.A internet
não resolveuoproblemadocaraque
era rico, estudava na Harvard e ia à
BibliotecadoCongresso;masresolveu
o problema do pequeno, emVitória
doSantoAntão,quehojevaiàBiblio-
teca do Congresso. Por isso, insisto:
o conteúdo gerado pelo consumidor
é que vai permitir a inserção dessas
agências e clientes pequenos. Vocês
estão inseridosepodem trabalharcom
osmelhores criativosdomundo.
“OSGRANDESCLIENTES
SOFISTICADOSGOSTAM
DE ‘PULARACERCA’.”