Setembro_2006 - page 9

Roberto
Justus
13
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2006 – R E V I S T A D A E S P M
ROBERTO
– Sobre os critérios so-
cioeconômicosoudemográficosde
perfil de público, hámecanismos e
formasdeavaliaçãocompletamente
diferentes do passado. Em termos
de dados o Brasil ainda está muito
atrasado. Emnossasagências temos
asnossaspróprias formasdeavaliar.
São estilos próprios de pesquisa,
diferentes dos critérios de institutos
de pesquisa.
JR
– Em que consiste?
ROBERTO
– Temos uma ferramen-
ta própria, o BAV – Brand Asset
Valuator –, queéomaior estudode
marcas domundo. Marcas que são
avaliadassobaóticadoconsumidor.
Claro que está baseada, também,
nos dados tradicionais, mas vamos
mais a fundo e caracterizamos nos-
sos consumidores de uma forma
própria. Mas queria fechar o racio-
cínio em relação à sua primeira
pergunta. Existe sim um novo mo-
mento,mas ele émais embrionário
no Brasil. Leio artigos, falando do
nossopaís como seestivéssemosnos
EstadosUnidos,ondehámaisde200
milhõesdeusuáriosde internet para
uma população de 300milhões. O
brasileiro, por exemplo, não confia
em fornecer seus dados de cartão
decréditopara fazer umacompraa
distância, seja por telefone ou pela
internet. Esse mercado até cresceu
muito,mas aindaestámuitoaquém
do que vai acontecer no futuro.
JR
–Numaconversacomcompanhei-
ros alguém comentouque “dentrode
pouco tempoaTVabertasó terámen-
sagensparaclasseC,porqueasclasses
A/B vão deixar de assisti-la”. Como
vocêvêumaafirmaçãodesse tipo?
ROBERTO
– Novamente eu não
concordo. Nos próximos dez anos
duvido que isso seja verdade. Até
por que jornalismo, esporte eoutras
programações, que a TV aberta vai
continuarmostrando,vocêsóveráno
cabo se pagar. Quero ver essas pes-
soasdizeremqueaCopadoMundo
de 2010 não será assistida pelas
classesAeBnaTVaberta.Todosnós
assistimosTV aberta e somos classe
A/B. Eunãopretendopararcomesse
hábito, divirto-me com aTV aberta.
Óbvioquehoje soumaisusuáriode
TV a cabo pelas opções internacio-
nais.Masvocê tambémvêTVaberta
naTVacabo, porqueépormeiodo
cabo –daNEToudaTVA–quevocê
assisteaoscanaisabertos também.Eu
concordocomoBoni,queachaque
o telespectador brasileiro ainda é o
telespectadordosofáque,emvezde
interagir, ele quer mais é descansar.
A pessoa chega depois de um dia
estafante, debaixo da pressão que
vive, preocupado... Se você parar
para pensar, o brasileiro nem sabe
interagir no que tem condições de
interagir.Porexemplo, telefonecelu-
lar: façaumapesquisacomcemmil
usuários para ver quantos sabemde
todas as suas utilidades!
JR
–ODVD, o som...
ROBERTO
–Qualquercoisa, aspes-
soas não usam nem dez por cento
do que os aparelhos são capazes
de fazer. Eu, que me considero es-
clarecido, uma pessoa antenada,
descobri um dia que não precisava
maisdigitaraoperadora,queo tele-
fone já incorpora este mecanismo.
É ridículo, mas a gente não sabe.
Foi um diretor daVivo, que é meu
cliente, queme ensinou.
JR
–Você é apresentado como “pre-
sidente de seis empresas” em relação
às seis empresas que compõemo seu
grupo.Vocêachaquehoje,paraofere-
cerumserviçoparaumcliente(quean-
tigamentechamávamosdeanunciante),
vocêprecisade seisempresas?
“OTELESPECTADORNÃO
QUER INTERAGIR, ELENÃO
ESTÁPREPARADO.”
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