Mesa-
redonda
¸
R E V I S T A D A E S P M –
janeiro
/
fevereiro
de
2010
150
}
A sustentabilidadedevepermitir
queodesenvolvimentoeconômico,
social eambiental sejampilares
construídosnomesmonível.
~
Por isso, digoqueo caminhopara a
sustentabilidade é irreversível.
ISMAEL
–Nãopodemos terumolhar
inocente sobre todo esse processo.
Acredito que estamos caminhando
parauma realidademelhor. Entendo
tambémque nãodevemos cometer
osmesmos erros dos europeus, em
relação à destruição das florestas.
Nessecontexto, temosuma respon-
sabilidade grande, porque como
profissionaisdenegócio focadosem
resultado, tudoaquiloquepropuser-
mospoderágerarumcaminhar tanto
paraum ladomaisecológico, social,
dedesenvolvimentoquantoparaou-
tro lado mais agressivo, predatório
enegativo. Se conseguirmos ter um
consenso de que estamos vivendo
um momento histórico extrema-
mente importante, entendoqueesse
debate já foi amplamentebenéfico.
Colocamos isso em pauta não só
como gestores, mas também como
interlocutores eprofessores.Talvez,
mais pessoas comecem a olhar e
apontar excessos de um lado para
outro, dandoorigemà formaçãode
umanova sociedade, dageraçãode
futuros líderes. A sustentabilidade
está, pelomenos, suscitando isso.
PERCIVAL
– O Gracioso falou de
utopia, eu gosto de ser utópico.
JRWP
– Uma opção preferencial
pela utopia.
PERCIVAL
– Sim. Se eu não tiver
uma possibilidade inviável na mi-
nha vida, as possibilidades viáveis
não têmmuita graça. Aí surgem as
questões que falamos: “Nós, pro-
fissionais de negócios, marketing e
comunicação temosa inventividade
estratégica, a nossa capacidade
criativa...” Estava lendo uma revis-
ta, chamada
Ideia Socioambiental
,
que elenca uma série de inovações
tecnológicas motivadas por neces-
sidades de preservar, reduzir gastos
ougerarumbenefícioqueatéentão
nãoexistia. Éa inventividadedoho-
mem, acapacidadedecriaronovo,
comoa tecnologiaque temosusado
na área da informação, que é cada
vezmaisestéril e individualizada.A
pessoa temseu laptop, seucomputa-
dor, seucelular.De repente, surgea
necessidade– talvez fantasmagórica
ounão–de fazercomqueohomem
use a sua capacidade inventiva e o
seu poder de criar tecnologia para
algo mais interessante. E aí vem a
minha visãoutópica.
DENIS
– Quero concluir com dois
exemplosquevão lançarmais lenha
à fogueira. Com relação à questão
da rastreabilidade, esse tipo de
política sempre temdois lados: boa
partedeONGs internacionais,hoje,
advogam pela redução do rebanho
brasileiroporqueelearrotademais.
JRWP
– “Arrota” é um eufemismo,
não é?
DENIS
– Não. Os gases superiores
queimam a camada de ozônio. Ao
mesmo tempo, a ONU diz que o
PlanetaTerradeveráproduzirmais“x”
bilhõesde toneladasdealimentopara
o desenvolvimento da humanidade,
casocontrárioteremosfome.Emalgum
momento isso terádeserequilibrado...