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J U L H O
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A G O S T O
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S T A D A E S P M
roéadmiraroqueele fezou temer
o que ele possa fazer. A coopera-
ção, seequandoexistenasorgani-
zações, é condição, não resultado
de um interesse comum dos
cooperantes, sejao interessedo lu-
cro monetário ou político, seja o
interessedeevitar perdas.As orga-
nizações não têm ideais. Elas têm
objetivosque servema ideais, legí-
timos ounão.
Restam, noque se refereà tolerân-
cia política no interior das organi-
zações, osargumentosdomalme-
nor, da possibilidade de coalizão
dos dissidentes, da revolta eda to-
lerância repressiva.
Os limites estratégicos da tolerân-
cia a partir da alegação do mal
menor são dados pelos mesmos
parâmetros de boa-fé, do respeito,
da cooperação, da adesão aos
objetivos. A organização se torna
intolerávelpoliticamentequandoa
crença na má-fé do empregador
tornaaconvivênciaummalmaior
do que a retirada da organização.
Os sistemas de endomarketing es-
tãoaí paraevitar essemal.Mas por
volta de18%dostrabalhadoresque
declararam intenção de procurar
outro emprego (Cherques, 1990)
disseramdescrerdodiscursodosdi-
rigentes edesconfiar dos seus pro-
pósitosdevidoaexperiênciasrecor-
rentesoudrásticasqueprovarama
suamá-fé.Dooutro lado,odoem-
pregador,maisdametadedosmo-
tivos alegados para demissões são
referidos à perda da confiança no
empregado.A ruptura se dá quan-
doomaldodescréditose tornamai-
ordoqueode suportaradivergên-
ciade interesses.
Apossibilidadedecoalizãodos tra-
balhadores ede revolta coletiva [a
revolta individual temmargem de
“Os limites são a
asfixia da
personalidade de
um lado e o
distúrbiono
processo
produtivo, do
outro.”
yw
Corbis