Julho_2006 - page 123

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agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
GOL
linhas aéreas inteligentes
Resta o problema da demanda
física. A principal região boliviana
do ponto de vista econômico é o
Departamento de Santa Cruz de la
Sierra, cuja capital leva o mesmo
nome. Estedepartamentoconcentra
30% do Produto Interno Bruto do
país e 22%da sua população.
Um serviçoaéreodireto, unindoLa
Paz, Santa Cruz de la Sierra a São
Paulo e Rio de Janeiro, como fazia
anteriormente aVARIG, significava
alocar uma aeronave diária àquela
operação, assim como seus respec-
tivos custos.
A GOL abordou o tema de forma
totalmente diferente. Aproveitando
o pernoite preexistente de uma
aeronave sua em Campo Grande,
com todos os seus custos já pagos
por 14hdeoperação realizadosdu-
rante o dia, estendeu o seu vôo até
SantaCruzde la Sierra, duranteum
período de ociosidade do equipa-
mento. Issosignificouumacréscimo
de1:35hdevôo, emcadadireção, à
jornada normal da aeronave.
Por outro lado, cerca de 50% dos
custos totais da GOL são fixos. As-
sim, o custo relevante oumarginal
daoperaçãoCampoGrande–Santa
Cruzde la Sierra édaordemde50%
dos custos totais corresponden-
tes. Como a malha da GOL foi
construída de forma totalmente
integrada (outravantagemcompeti-
tiva sustentável), isto é, podendo o
passageiro atingir muitos pontos a
partir de umamesma origem, neste
caso a empresa gasta o equivalente
aos seus custos variáveis (50% dos
custos totais) correspondentes a
1:35h de vôo para disponibilizar
aos passageiros destinos situados
a distânciamuitomaior, como São
Paulo e Rio de Janeiro.
F
Por conseguinte, com
custosmarginais ex-
tremamentemais baixos,
aGOL pôde praticar, com
rentabilidade, preços
muito agressivos e dirigi-
dos a um públicomuito
sensível a preço, con-
forme anteriormente se
comentou.
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