Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
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Assim, o método
ELISABETSKY
foi omais preciso de todos. Conseguiu
classificar com a precisão de 100% dos
casos. Na seqüência, vem MATIAS
(80%),ALTMAN-1 (70%),ALTMAN-
2 (60%), PEREIRA (40%) e em último
está KANITZ com apenas 10% de su-
cesso na classificação.
Não se pode, porém, afirmar que é
um método infalível. Pelo contrário,
baseando-se no próprio autor dométo-
do mais adequado desta pesquisa
(Elisabetsky, 1976, p. 73):
“emvirtudedo fatodequecertascon-
tas doBalanço são, por si só, corrigidas
monetariamente de formamais rápida e
precisa (exemplo: contas a receber) que
outras,aequaçãodiscriminantesóéváli-
da para índices de Balanços de um ano
especificado; ou seja, a equação
discriminante
1974
será teoricamentedife-
rentedaequaçãodiscriminante
1975.
”
Em outras palavras, a equação que
se obtém pela análise discriminante é
composta de três partes, a saber:
Maiores detalhes de cada um dos
modelos poderão ser encontrados em
capítulos especiais a eles dedicados.
Porém, o modelo de Elizabetsky apre-
senta diferença com relação aos demais
em dois aspectos que devem ser ressal-
tados neste ponto:
1. O primeiro diz respeito ao cri-
tério de escolha de uma empresa
como tendo problemas financeiros.
Enquanto os outrosmodelos classifi-
caram neste segmento as empresas
que estavam, ou estiveram, em
concordata ou falência, o modelo de
Elizabetsky classificou-as desde que
tivessem um simples inadimple-
mento, problemas de inconstância de
pagamentos e protestos;
2. Em segundo lugar, a amostra dos
modelosemgeral continhaempresasde
vários segmentos da economia.Nomo-
delo Elizabetsky, a amostra foi de em-
presaspertencentesaosegmentodecon-
fecções.
Como resultado final, chegou-se a:
Tabela 2 –ClassificaçãodasEmpresasSegundo cadaModelo
Empresas
CORTIRIS
PROTON
PROPASA
HERO
MARTINIANO
RUZZI
COIMFICO
SOTEMA
STA. IZABEL
BADRA
Total deBoas
Total deRuins
Acerto%
KANITZ
BOA
BOA
RUIM
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
9
1
10%
ELIZABETSKY
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
0
10
100%
ALTMAN (1)
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
3
7
70%
ALTMAN (2)
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
RUIM
6
4
60%
PEREIRA
RUIM
RUIM
RUIM
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
RUIM
6
4
40%
MATIAS
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
RUIM
BOA
RUIM
RUIM
RUIM
RUIM
2
8
80%
1. Pesos –- que são atribuídos aos
melhores índicesquepossam separar as
duas populações;
2. Índices – não se sabe,
a priori
,
quaisserãoos índicesescolhidosporeste
método estatístico. No casodo trabalho
de Elisabetsky, por exemplo, foram 38
índices levados à prova e somente 5 é
quepuderam representar amelhor sepa-
ração entre as duas populações;
3. Ponto Crítico – é um número de
corte que efetivamente separa uma
amostra da outra. Porém, como se pode
observar no modelo de Kanitz, existe
uma zona intermediária onde não há
como ser categórico na classificação.
A respeito dos modelos estudados
(KANITZ, ELIZABETSKY, ALTMAN,
MATIAS ePEREIRA), evidencia-seque
omais acertivo para a amostra estudada
foi o modeloELIZABETSKY.Essemo-
delo foi concebido em 1976 e, pela con-
clusão deste trabalho, conseguiu-se um
graude100%decertezaquandose referir
aclassificar umaempresacomo falida.
MÉTODOS
Acerto%
KANITZ
10%
ELIZABETSKY
100%
MATIAS
80%
ALTMAN (1)
70%
ALTMAN (2)
60%
PEREIRA
40%