Eles
inovaram
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R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 6
ES
PM
controle remoto (muito bem aceito para televisão,
mas não tão bem aceito para outras situações –
demonstrando que cada caso é um caso em se
tratando de aplicação de P & D).
A 3
a
fase, identificação do problema real, resu-
midamente: “pior do que estar em um con-
gestionamento é estar no congestionamento errado”.
É interessante notar como empresas investem seu
tempo e dinheiro tentando resolver problemas que
não são os reais problemas a serem resolvidos.
Na 4
a
fase – técnicas de criatividade – desenvolvi
outras ferramentas,entreasquais,poderiamencionar:
“técnica dos 5 sentidos – uma bússola para a
criatividade”, “técnica de adicionar adjetivos” e a
“técnica de recordação” – que mostra que se um
produtonãodeixarpegadas,oclientepodenãorecordar
suamarca e não voltar a comprá-la, isto é, relembrar
o cliente, na hora e no local que ele possa vir a sentir
a necessidade de seu produto e serviço. São muitos
os produtos e serviços que “parecem” querer que o
cliente os esqueça.
Por fim, na última fase, demonstramos a necessidade
do fortalecimentoda intuição.Emborahajamuita lógica
em certas decisões, mais cedo oumais tarde vamos
toparcomumabifurcação (quandonão for trifurcação)
em que qualquer caminho é excelente, mas temos
que escolher apenas um!
2. Eos resultados?
Os resultados têm sido altamente positivos. Os par-
ticipantes conseguem compreender que criatividade
pode ser desenvolvida e praticada de forma inteligível,
com seriedade,mas sem formalidade. Criatividadenão
pode continuar sendo tratada como diversão. Ao
contrário, é um temamuito sério e difícil. Diria que é o
tema mais difícil que conheço. Ele está presente nas
salas de reunião da alta gerência e na diretoria das
empresas, seja lá deque tamanho for.Mascriatividade
só tem porta de entrada: é difícil livrar-se desse vírus
fantástico. O processo não pára, felizmente.
Caricaturista: Victor Riquelme
RUISANTO
Professor deCriatividadee Inovação
1.Oquevocêestá
fazendo de inovador?
Com base nos conceitos existentes, acabei desenvolvendo
um novo processo criativo, e commaior amplitude.
Compõe-se de 5 fases: desbloqueio da mente, desen-
volvimento da percepção, identificação do problema real,
técnicas de criatividade e, por fim, escolha/intuição/ação.
Vamos a elas:
1
a
fase: para desbloquear as nossas condições emocionais,
minha ferramenta é inspirada emHermesTrimegisto (2.700
anos a.C.). Ele incentiva o encontro de palavras que nos
tiremdoestadoemocionalnegativo, caminhandoemdireção
à neutralização (e não imediatamente ao estado positivo).
Essa é uma característica curiosa dos líderes. Por mais
negativa que a situação esteja, encontram alguma palavra
paramanter o grupo caminhando.
Na 2
a
fase – percepção, a que considero mais importante,
pois sinaliza a tendência para inovações, presente desde o
Homem de Neanderthal (quando ainda não havia questões
de preço e qualidade), e se perpetua até hoje, como uma
condição humana. Essa ferramenta explica, por exemplo,
por que produtos como telefone celular global, Vaporeto –
limpeza através do vapor – e enchimento de pneus com
nitrogênio, não tiveram o resultado esperado, da mesma
maneira que justifica nossa aceitação a Internet (com todos
os seus problemas) a lâmina de barbear descartável e o