Ummundo
só
maio
/
junho
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
101
}
Quandovocêassisteaofilmepensa:
{
emqueencrencaaFrança foi semeter
|
.
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î
diversidadedomundo, temosamaior
parte de água limpa, potável, natural
domundo; temos reservasdeenergia
hidrelétrica comomatriz principal, a
nossaenergianãoéumaenergiasuja,
é uma energia limpa, e essa loucura,
essa obsessão que temos hoje pelo
álcool, pelo etanol que nos colocou
à frente. Temos tantos recursos natu-
rais como recursos humanos que são
modelos para a criação de um novo
mundomas,claro, sem romantismos.
JRWP
–Engraçadoquevocêdefen-
deu tantoumnovomundoemocio-
nal e faz propostas extremamente
racionais. Você não mencionou a
música, nãomencionou o futebol,
as artes, o carnaval...
RosaAlegria
– Falei da criativida-
de, que é a economia do intangível;
estima-se que a economia criativa
hoje é 10%doPIBmundial, oBrasil
éumpoder.
JRWP
– Uma vez ouvi uma histori-
nha: Adão estava aborrecido com os
problemas que estava enfrentando,
voltou ao Criador e comentou que
estava tendo muito trabalho, com a
Eva, os bichos, o Jardim do Édem, e
Deusdisseaele:“Olha,prometimuita
coisa a você,mas nunca disse que o
mundo era justo”. Acho que vocês
sãoextremamenteexigentes em rela-
ção aomodelodoBrasil, nessa nova
ordem; se vamos escolher um país
pelaperfeição,onovomodeloseriaa
Suíça,Dinamarca,FinlândiaouButão.
Gracioso
– Há, pelo menos, uns
20 ou 30 países, nomundo, pareci-
dos conosco, inclusive na América
Latina. O que provoca o avanço da
humanidade é o conflito, conflito
provocadopeloatrito, peladiferença
de interessesedeopiniões.Dizemos
historiadoresque, quandoaEspanha
expulsouosmouros,havia tantaener-
gia no país que parte dela foi usada
paradescobrirecolonizarmetadedo
mundo.AchoqueoBrasil éumpaís
comooutroqualquer,nemmaisnem
menosacolhedor;do ladobom,uma
grandediversidadehumanae,por isso
mesmo, temos tantos conflitos aqui.
Estesconflitosgeramenergia;portanto
achoquedeveríamos sercapazesde,
dealgumamaneira,utilizarestaener-
giaembenefíciodecausasnobres,de
causas de interesse coletivo e não
permitirqueelasacabembenefician-
do interesses de grupos, interesses
mesquinhos como tende a aconte-
cer. O Brasil poderá transformar-se
num país melhor, se conseguirmos
aproveitar essaenergia liberadapela
diversidade, sem sonhos.
PadreChristian
–Oquecomplica,
atualmente, é que estamos vivendo
num país sem oposição. E o nosso
maior problema é o Governo; aí se
vê a impunidade, a corrupção. Você
podedizerque issoocorreem todosos
países,mas,namedidaemqueconfun-
dimos ilegalidadecom irregularidade,
não sei ondevamosparar; e temosde
tercuidado,porqueaspessoassimples
estãovendoissoecomentandoque“se
ele faz,porquenãoposso fazer?”. Isso
estragaoqueainda se temdebom.
Jorge Montecinos
– Podemos
concordaroudiscordar,masdevemos,
emprimeiro lugar,reconheceralguma
coisapositiva,porexemplo,adiversi-
dade,aunidadedentrodadiversidade
cultural queéumacoisaextraordiná-
ria.Umpaísemque–daAmazôniaao
RioGrandedoSul–se falaumaúnica
língua, issonãosignificaaceitarqueo
paísnão tenhagrandesdefeitos,como
concentração de renda, segregação,
exclusão, faltadeoportunidade.Mas
sonharnãosignificaabandonara luta,
porqueaindaháumgrandecaminho
pela frente.
JRWP
– E, para ser modelo para
esse novomundo, temos de ser um
modelo dinâmico, não uma nação
cheia de problemas...
JorgeMontecinos
–ComooProf.
Gracioso falou, como canalizar esta
energia?OBrasil temdeseragressivo,
temdeserousado, temderomperessa
hegemonia que nos foi imposta pela
EuropaepelosEstadosUnidos.Deve-
mosprocuraroutrasaída internacional
como esse novo eixo, que se forma
com Índia, Rússia e China. O Brasil
temumpapel importante; eledeveria
não solicitar,masexigirum lugarper-
manente na segurança destemundo.
É um país que representa os países
emergentes. Jamais a França, China
ouaRússiavãopensar nos interesses
doChileoudoEquador.
RobertoPompeu
–Queriapassar
doBrasil evoltar para “omundo só”,
sóparadar um fechonoque jádisse
a respeito. Depois do Muro de Ber-
lim achou-se que os muros tinham