Valores_Marco_2010 - page 116

Diferenças culturais eprocessosdemudança
R E V I S T A D A E S P M –
março
/
abril
de
2010
116
substituir pessoas tem importânciamenor,
secomparadocomasmudançasnaestrutura
ounossistemas;buscamacertezaem tudo;
demandamprevisibilidade/planejamento.
Q
ACULTURADEATENAS:adeusa
guerreira
que reconhecia apenas a
perícia comobaseparapoder e influência
e que se caracteriza pelo desenvolvimento
de equipes e a tomadadedecisão emgru-
po; são solucionadores de problemas; vêm
nos problemas as grandes oportunidades;
identificam-se commudanças; embora a
empresa tenha feito alguns movimentos
nestesentido,nãoencontrou-se indíciosque
caracterizassemaempresanestacultura.Da
mesmaforma,quantoàCulturadeDionísio,
consideradodeusdovinhoedascanções.
É possível interpretar, pelos dados obtidos
e por trechos das entrevistas que a cultura
de Zeus está ainda presente sem perder
forças.Zeuspodeservistonas interferências
da família na gestão do negócio aqui e na
Alemanha, mesmo com a profissionaliza-
ção. Como complementaridade a esta cultura,
há traços de Apolo, uma vez que dificilmente
uma fábrica funcionariasemprincípiosclarosde
organizaçãoeprocedimentos.
Ogreencardgaúcho
Sobre as diferenças culturais, aparecena fala
dos entrevistados dificuldades de adaptação
dos que vieramde fora (SP) emuita resistên-
cia dos que estavam aqui (RS), e que acom-
panharam o processo. Entre as razões para
as dificuldades aparecem resistências assim
manifestadas:
@
ATIVA
: “por que tem de mudar se está
bom do jeito que está”? “Bom, respon-
dem os executivosdaempresa, “porqueobom
dehojenãogaranteobomdeamanhã”.
@
PASSIVA
: pela dissimulação. Exemplo
relatadoporumentrevistado: você conver-
sa com uma pessoa ou um grupo, discute um
assunto, combinaedepoisverificaquenadados
acertos aconteceu e os informes sobre aquele
assunto não voltam. Como cita E1: “reuniões
discutindo e analisando, decide-sepela compra
deumamáquinaXdaMarcaA.Não foi imposto,
foidecididoemconjuntocomtodosospresentes,
prós e contras argumentados etc. Daí a pessoa
responsávelpelacompra,queestavana reunião,
não compra amáquina X damarca A, compra
daB. E ela, emmomento algum, disse quenão
concordava; vocêfica sem chão!Não sónão faz
o que foi combinado, comonão tem a coragem
de lhedizerquenãoconcorda”.Outroexecutivo
enfatiza: “parece ser algo da empresa. Infeliz-
mentemuitaspessoasforamtrocadaseaempresa
buscouumperfildiferente, comamplavisãode
mercadoe rápida resposta” (E6).
@
Aindasobreasresistências,váriosfuncioná-
rioscitamo impactonagestãodaempresa
com a entrada de “Y”, uma vez que havia seis
diretores, todoscommaisde40anos,comvários
anos de casa. Na vacância da presidência seria
Handy coloca a cultura
organizacional emquatro
tipos culturais, baseado
em quatro deuses gre-
gos, com características
distintas, mas comple-
mentares: Zeus, Apolo,
Atenas eDionísio. Todas
as culturas servem tanto
para indivíduos quanto
paraempresas.
J.Crawford
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