Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
32
te, moderno, rico e versátil, por outro é
caracterizado tambémcomoumapessoa
superficial, narcisista, vaidosa, compe-
titiva, manipuladora, arrogante, emoci-
onalmente fria, individualista.
Aopublicitário é atribuída a capaci-
dade de sensibilizar a população e, por
isso, ele deveria ter consciência de seu
poder e agir de maneira socialmente
construtiva; porém, indiferente à ética,
está prontopara criar para qualquer cli-
ente que estiver pagando, independen-
temente da repercussão social de suas
mensagens.
As entrevistas de Washington
Olivetto concedidas após seu recente
seqüestro têm interferidodemaneira in-
tensa e positiva na construção da ima-
gem ideal do publicitário, que passa a
ser visto, então, como alguémque pode
ser rico, talentoso, trabalhador, inteligen-
te e intelectualmente articulado.
Imagemdas
agências
Asagênciasemgeral sãopercebidas
como empresas ricas e poderosas, que
geram empregos e trabalhopara profis-
sionais diferenciados. Seuúnicoobjeti-
vo, como qualquer empresa, é o lucro:
sem compromisso com qualquer ques-
tão social, abriga profissionais compe-
tentes e vaidosos.
O
design
dasagênciasédescritocomo
modernoedespojado,numambienteque
acolheprofissionais competitivos ecria-
tivos, que sabem trabalhar com alegria,
semoentrave rígidodaburocraciaoude
qualquerpadrãohierárquicoclássico.Por
outro lado,o trabalhoenvolvemuita res-
ponsabilidade, com prazos limitados e
níveis de exigência capazes degerar ra-
zoável tensão.
A capacidade de cada agência esti-
mularcomportamentossocialmentesig-
nificativos,quepoderiaserexercida jun-
tamente à produção de suasmensagens
comerciais, é considerada subutilizada.
Há a impressão de que as agências, em
“Aopublicitárioé
atribuídaa
capacidadede
sensibilizara
populaçãoe,por
isso,eledeveriater
consciênciadeseu
podereagirde
maneirasocialmente
construtiva.”