Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
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propaganda se ajuste a essa nova cabe-
ça, a essanovamaneiradeprocessar in-
formaçãoporpartedoconsumidor, real-
mente, o futuro dela é muito limitado,
restrito. Eu gostaria de fazer algumas
observações sobre isso. Omundo real-
mente mudou muito. Hoje em dia, por
exemplo, seeuquisesse irdaquideNova
Iorque para aArgentina e ser convidado
para jantar na casa de alguém e depois
do jantar conversar com essas pessoas
sobre os seus hábitos sexuais. Deve ter
gente se perguntando: “Por que alguém
gostariade fazer isso?”Omeupontonão
éesseesimoseguinte.Paraeu fazer isso,
teria que ter um visto, um passaporte,
uma passagemde avião, voar para aAr-
gentina, ficar conhecendo alguém que
levaria alguns dias, ser convidado para
jantar na casa da pessoa, chegar na casa
dela e conhecer a sua família e, depois
do jantar, sentar e inaugurar esse assun-
to, que seria um assunto pouco agradá-
vel para depois do jantar na casa dessas
pessoas.E levariapelomenos trêssema-
nas para se conseguir fazer isso. No en-
tanto, um programa de televisão como
“Sexy and City” faz isso em segundos,
porque idéiasnãocarregampassaportes,
não tomam avião, não têmque ficar co-
nhecendo pessoas, ser convidadas para
jantar; idéias vão direto para o televisor
na sala daquela pessoa e falam sobre o
quequiser, inclusive sobrehábitos sexu-
ais.Naverdade, estamosmaisacostuma-
dos, hoje, a lidar com assuntos delica-
dosatravésdacomunicaçãodoqueatra-
vés de outras pessoas. Então, essemun-
doonde a rapidez comque as idéias são
passadas – não só de pessoas para pes-
soasmasdeculturasparaculturas–, essa
cultura popular global que está se for-
mando aos poucos muda tudo. E idéias
que provocam interação são também
muito importantes.Houveummomento
emqueoentusiasmopela interatividade
era tanto, que se dizia: “O
one way
vai
“Elevirouuma
espéciede
instituição
financeiraque
financiaaprodução
deuma idéiaque
estásendorealizada
porumnúmerode
profissionais
independentes.”
