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Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
bãoou jornal” –com todoo respeito
devido ao sabão, pasta dental, ci-
mento. Ele disse: “Quem tem que
saber o que o seu público quer é o
pessoal local. Não somos nós.” Es-
toucontando issoporque, no fundo,
issomeentristece.Porqueadminis-
trarmeiadúziade jornaiscomoqual-
queroutronegócio?Euachoque im-
prensaemeiosdecomunicação, de
maneira geral, têm uma responsa-
bilidade que vai muito além de sim-
plesmente ganhar dinheiro. Cada
vez mais você lê, nos jornais, eles
só discutem o
mark-up
, os dividen-
dos, a rentabilidade. Quanto subiu
isso, quanto caiuaquilo.Aliás, hoje,
saiu, no
Wall Street Journal
, que a
Vivendi vai vender a sua área de
publishing,
queéomaior grupode
revistas, de mídia da França. Vai
vender porque precisa de dinhei-
ro. Quando você fala de controle,
sehouverumapulverizaçãodeaci-
onistas,centenasoudezenasdemi-
lhares de acionistas de um lado, e
o
management
, lá em cima, que
estásópreocupadocom resultados,
comquem ficaadecisãosobrecon-
teúdos?Qual éopessoal que faze
quem escolhe o pessoal que faz?
Essa é a questão. E é a mesma
questãonasagências.Oque fazem
esses cinco grupos de comunica-
ção? Procuram osmelhores talen-
tos e os deixam trabalhar em paz.
Caso contrário, não funciona. Nin-
guém, sentadoemTóquioouNova
Iorque,podedecidircomovai seruma
campanhadeautomóvel emDurban.
FG–Ocontroleé feitodeoutra for-
ma–atravésdo resultadoanual.
RC–Resumidamente, nãomepreo-
cuparia com isso.
JR – Quando falamos dos grupos
decomunicação, tradicionalmente,
falava-se de informação. Mas a re-
volução tecnológicadascomunica-
çõescriouuma imensa rededeen-
tretenimento.Aproximoua indústria
da informaçãodoentretenimento.E
parece que ele está ocupando um
espaçocadavezmaior nisso.Gos-
tariadeouvi-loa respeito.