Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 116

Educação continuada
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Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
A graduação deixou de ser um
diferencial. Um executivo com
20 anos de experiência já possui,
emmédia, três pós-graduações
Tamanhavelocidade trazparaadimensãoeducacional
umgrande desafio. Hoje, não temosmais aquela divisão
temporalentreo“tempodoestudo”eo“tempodotrabalho”.
A educação continuada tornou-se figura central quando
se pensa na trajetória de vida das pessoas. A graduação
deixoudeserumdiferencial, eapenasumapós-graduação
no currículo passou a ser exceção, no momento em que
um executivo com 20 anos de experiência já possui, em
média, três desses cursos em seu histórico acadêmico.
A questão é: ninguémquer ficar para trás nos processos
seletivos, eabuscaporumcursodeespecializaçãocresce,
sobretudo no grupo dos recém-formados.
No início da década de 1990, amédia de idade dos cha-
mados MBAs era de 38 anos, com mais de cinco anos
de experiência gerencial. Nos últimos anos, esta idade
média foi reduzida para 30 anos, e três anos de expe-
riência para os cursos chamados de MBA Executivo.
Para os demais cursos de pós-graduação lato sensu, a
média etária é menor ainda, e encontramos em sala
um grande número de estudantes que saem da gradu-
ação diretamente para a pós-graduação. Este compor-
tamento, aliado à pressão exercida pelas empresas por
profissionais conhecedores de novas tendências, fez a
lista de cursos de especialização crescer nos currículos
dos profissionais brasileiros.
Ocenário apresentado ressalta três importantes ques-
tõesquemerecemumaespecialatenção:assalasdeaulade
pós-graduaçãoficaramcada vezmais jovens e compouca
experiência trazidapara trocasediscussões; aquantidade
de novos assuntos e abordagens traz uma pressão curri-
cular sobre o número cada vezmaior de cursos ao longo
da vidaprofissional; e, apesar das inovações tecnológicas
teremacenado coma possibilidade de umamaior quali-
dadedevidaaos seususuários, aadministraçãodo tempo
temsido cada vezmais uma tarefa complexa.
Emrelação aoprimeiroponto, pesquisas indicamuma
reduçãodedezanosna faixaetáriadosalunosquecursam
umapós-graduaçãolatosensu.Nestecaso,percebemos,cla-
ramente, umamudança na “ecologia” desses espaços. Na
décadade1990,tínhamosturmasformadasporestudantes
comuma sólida experiência profissional e que buscavam
nasaulas,alémdeconhecimentosmaisaprofundadossobre
suaáreadeatuação,umatrocaconsistentecomoscolegas.
Atualmente, comos recém-formados dominando a cena,
o aprofundamento de questões e a troca de experiências
deram lugar à necessidade de nivelamento de conceitos
mais básicos e o crescimento conjunto do grupo rumo ao
estágio inicial de seudesenvolvimentona carreira.
Os profissionais de 30 anos comalguma experiência
acumulada sentam-se hoje àsmesas dos cursos deMBA
Executivo, segmento que atrai um nível profissional
cada vez mais jovem. Pensando na ampla faixa etária
pós-faculdade, vemos claramente dois grupos atingidos
pelas ofertas atualmente presentes nos portfólios das
principais escolas: os recém-graduados ou compoucos
anosdeexperiência; eumgrandenúmerodeprofissionais
que acabamseguindooutros caminhos, uma vez que são
poucas, e talvez desinteressantes, as opções oferecidas
para aqueles que, emposições executivas seniores, não
queremparticipar demais umcurso de dois anos sobre
assuntos que pouco irão agregar às suas atividades pro-
fissionais. Esses grupos queremmodelos diferentes de
reflexão e modalidades educacionais inovadoras, com
uma troca real de experiências e uma contribuiçãomais
objetiva do programa para as questões que os afligem.
Osegundopontoa ser ressaltadoé apressãodos temas
noprocessode desenvolvimentodos profissionais. Pode-
mos observar que assuntos e discussões ficam ultra-
passados cada vez mais rápido, enquanto novos temas
surgem a cada momento. Seja inserindo disciplinas
novas nos cursos existentes ou lançando novos progra-
mas sobre temas emergentes
como redes sociais, art
mobile, crowdsoursing etc.
, a continuidade dos estudos
aparece como um fenômeno da atual geração de profis-
sionais, independentemente do estágio de vida no qual
estejam inseridos.
Novamente aqui a diversidade de modelos e meto-
dologias faz-se importante para a grande variedade de
necessidades latentes dos diferentes públicos. Cursos
mais informativos, porém introdutórios, programas de
especialização para dar um
upgrade
no diploma univer-
sitário, cursosmuito densos e aprofundados commaior
duração, programas inovadores com formato coaching
ou estudos de experiências e casos, são exemplos de
quãovariadas sãoas demandas e as oportunidadesnesse
ambiente de desenvolvimento profissional.
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