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julho/agostode2013|
RevistadaESPM
heterogeneidade cultural das regiões e os problemas
diversos de acesso à escola representamumcampo fér-
til para esta modalidade educacional à espera de uma
alternativa viável.
A educação a distância, ou EAD, como usualmente
a conhecemos, não é nova no Brasil. Desde a década de
1950, temos experiências educacionais que resolveram
as dificuldades oriundas das variáveis tempo e espaço.
Oensino por correspondência e o famoso InstitutoUni-
versal Brasileiro trouxeramaonosso país uma experiên-
cia anterior já vivenciada na Europa e nos Estados Uni-
dos. Como avanço tecnológico, outras inovações foram
incorporadas à chamada educação a distância como
fitas-cassete, VHS, CDs, DVDs e, por último, a internet.
Até agora, em todos estes casos, tivemos a ênfase dada
à tecnologia como fator principal da EAD. E esse foi, pre-
cisamente, o problema.
A tecnologia não é o pontomais importante quando o
assunto é educação a distância. Essa frase parece contra-
ditóriasepensarmosqueas inovações tecnológicas foram
o grandemotor demudança de todas essas experiências.
Noentanto, aomesmo tempoaênfaseequivocadageroua
percepçãodominantedequeessamodalidadeeducacional
traduz uma educação demenor qualidade. Aausência de
focono projeto pedagógicodos cursos e a dificuldade em
atentar parao fatodeque a tecnologia apenasnão resolve
todos os problemas, contribuíram, sobremaneira, para
essa imagem. Não importa qual seja a inovação utilizada
(hoje é a internet, mas amanhã será alguma outra coisa),
o foco sempre deverá estar noprocessode aprendizagem
do aluno, levando-se emconsideração suas característi-
cas, diversidade no estilo de aprender e o contexto em
que ele está inserido nos diferentes níveis educacionais.
Após uma fase inicial de equivocada transposição
para as plataformas de EAD dos conteúdos usados na
educação presencial, felizmente vemos hoje uma evo-
lução das estratégias de aprendizagem para diferentes
públicos comdiferentes tecnologias e métodos.
Aqui nãoseriaadequado fazerdistinçãoentreasmoda-
lidadespresencialeadistância.Emambososcasos,temos
a mesma situação. O protagonismo da educação está no
aluno, portanto novos métodos devem ser pensados no
planejamentodasatividades, levando-seemconsideração
os vários estilos de aprendizagem, asnovas tecnologias e
os espaços e ambientes das aulas (desde salas comnovos
formatos para as atividades presenciais até novas plata-
formas de EAD com recursos cada vezmais inovadores,
no que diz respeito à interaçãodo grupo). Nessa perspec-
tiva, aEADressaltouconceitos que jádeveriam, hámuito
tempo, estar sendo trabalhados na educação presencial.
OsMassiveOn-LineCourses (Moocs), plataformasedu-
cacionaisabertascomconteúdosgratuitosdesenvolvidos
por escolaseprofessoresdediversospaíses, temapontado
paraoquãoflexível seráaeducaçãodo futuro.Milharesde
estudantes constroem suas trilhas de aprendizagempor
meiodeconteúdosdasmelhoresuniversidadesdomundo
e muitos obtêm até certificações, a partir de avaliações
desenvolvidas e cobradas por essas escolas. O caminho
para a autonomia e real protagonismo do estudante está
aí construído.Aquestãoda interaçãoentreparticipantese
professoreseoacompanhamentodoestudojácontamcom
boas alternativasque ressaltamonovopapel doprofessor
como facilitador e orientador noprocesso educacional.
Em todos os níveis, mas especialmente na educação
continuada, esseparece ser umcaminho semvolta.Mais
do que isso, parece representar uma alternativa interes-
sante commúltiplas possibilidades, como, por exemplo,
o
blended learning
, no qual já temos integração entre as
modalidades por meio de diferentes tecnologias.
Caso eu pudesse trocar, hoje, mensagens por
What´s
up
comminha bisavó (já que e-mail, segundo a geração
de nossos alunos, é uma ferramenta de comunicação
do passado), talvez a surpreendesse dizendo que seu
bisneto, bemcomo boa parte dos profissionais que têm
emseu currículo uma graduação emais de umcurso de
pós-graduação, lato e stricto sensu, continua estudando
ao longo da vida, apesar de ter optado por outra carreira,
bemdiferente damedicina. Esse seria umemocionante
e educativo encontro virtual no ciberespaço!
Tatsuo Iwata
Pró-reitor de pós-graduação lato sensu,
extensão e educação executiva da ESPM
As competências e o profissionalismo
estão em linha como conceito de
empregabilidade. Essa é a grande
preocupação do profissional