Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 82

entrevista | claus vieira e luís Testa
Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
82
nal tem vontade de mostrar resulta-
do e aí oferece as informações e as
condições para que isso aconteça.
Uma forma é organizar grupos de
trabalho para que o jovem, mesmo
sem experiência, trabalhe em pro-
jetos relevantes, ao lado de gente
mais experiente. É muito mais uma
questão de gestão, de fazer o jovem
participar, efetivamente, do resul-
tado da empresa.
Arnaldo
— Como está a evolução dos
cursos de formação continuada, não
acadêmicos? Os profissionais estão
investindo nesse tipo de capacitação?
Luís
Isso varia muito de acor-
do com a carreira. Áreas que de-
mandam conhecimento específico,
como gestão ambiental e segurança
no trabalho, são nichos nos quais
os profissionais começam a investir
mais. Há, por outro lado, carreiras
que são mais genéricas, de visão
mais ampla. Acabamos de levan-
tar uma pesquisa anual com 150
mil profissionais e verificamos que
53,3% dos brasileiros estão matricu-
lados em algum curso, seja de espe-
cialização ou graduação. Em 2005,
eram 29,4%. Isso mostra como os
profissionais estão vendo a impor-
tância de se capacitar ou buscar es-
pecialização. E quando analisamos
os cursos a distância, 47,7% são de
aprimoramento, visando o conheci-
mento técnico, em alguma área.
Arna ldo
— Para as empresas, o
candidato ter formação em uma boa
universidade, um curso de MBA ou
pós-graduação, sempre pesa muito.
Que outros fatores estão ganhando
mais relevância hoje na hora da
contratação?
Luís
Especificamente sobre pro-
gramas de estágio e de trainees,
a formação tradicional continua
sendo relevante para que o candi-
dato obtenha todo o conhecimen-
to e raciocínio lógico necessários
para a prática da atividade, mas
out ros aspectos começa ram a
pesar no processo seletivo. O jo-
vem que teve alguma experiência
internacional, não só pelo idioma,
mas pela v isão mu lt icu lt u ra l ,
pesa mu ito na escol ha . Out ro
ponto relevante é a questão com-
por tamenta l . A manei ra como
os jovens se relacionam com os
colegas e com o mundo. As em-
presas avaliam se ele faz muitas
atividades extracurriculares, se
participa de grupos na universi-
dade, ou mesmo algum trabalho
social. Isso tudo hoje faz parte de
um pacote que fica mais atraente
na seleção, além de onde ele se
formou.
Arnaldo
— Atividades sociais e am-
bientais voluntárias começam a ga-
nhar mais destaque no currículo, é
isso?
Luís
Depende muito da empre-
sa. Em alguns processos seleti-
vos, isso pode ser visto com bons
olhos. À medida que esse jovem,
como regra, não tem ou teve pou-
quíssima experiência profissio-
nal, a diferença entre os candida-
tos é pequena. Se ele já fez algum
trabalho de voluntariado, social,
já foi responsável pelo centro aca-
dêmico ou desenvolveu projetos
de pesquisa na sua universidade
são indicativos que demonstram
uma certa proatividade.
Arnaldo
— E as profissões da área
de humanas, estão em baixa, defini-
tivamente?
Luís
É muito arriscado falar,
de maneira genérica, que as pro-
fissões de exatas estão em alta e
as de humanas, não. Da mesma
forma que na área de saúde estão
surgindo novas profissões, como
biomedicina, que têm um cenário
muito promissor para os próximos
anos, na área de humanas há ou-
tras funções novas também. Em
comunicação, todo o fenômeno
das redes sociais abriu um mer-
cado que não existia. Analista de
rede social, comunicação digital,
relações públicas digita is, por
exemplo. São coisas completa-
mente novas, criadas a partir da
internet. Na área de psicologia,
por exemplo, já há pessoas estu-
dando especificamente o compor-
tamento do consumidor no mundo
digital. Há também a psicologia
do traba lho. Há todo o lado do
direito na internet. São mercados
em transformação, que refletem as
mudanças da sociedade.
Acabamos de fazer uma pesquisa com150mil
profissionais e verificamos que 53,3%dos brasileiros
estãomatriculados emalgumcurso, seja de
especialização ou graduação. Em2005, eram29,4%
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