Revista ESPM - março-abril - Empreendedorismo. O grande sonho brasileiro. - page 112

Revista da ESPM
|março/abril de 2013
112
Estratégia
Gracioso –
Ou a forma de se encarar o
fator humano. A importância, o respeito
que se pretende dar a ele. Eu acrescenta-
ria uma palavra: missão. De certa forma,
uma coisa está ligada à outra. Ou, pelo
menos, as duas têm de ser analisadas
em conjunto. Muitas vezes, a avaliação
de um CEO pelos acionistas e controla-
dores falha porque não houve uma defi-
nição clara de missão. Mas não missão
gongórica, palavrosa. Uma missão para
valer, exclusiva da empresa, específica,
concreta e objetiva.
DidierMarlier –
Oquevocêsdisseram
bate com o que vemos emergir como no-
vos valores dessa economia de rupturas.
Éoquenósresumimospeloacrônimo,em
latim,
GRAVITAS
.“G”degenerosidade.Ve-
mos que as empresas que estão aqui para
fazer um lucro rápido, a qualquer custo,
não sobreviverão. Faz-se necessária uma
certa generosidade. “R” de responsabili-
dade. As que não se preocupam com sus-
tentabilidade terão problemas no curto
prazo. “A”deautenticidade. Liderançanão
autêntica, no mundo das redes sociais, é
impossível. “V” de valores. Uma empresa
que não tem valores fortes ou não são
vividos não é mais crível. “I” de interde-
pendência. Estamosvendocadavezmais
estratégias de ecossistemas, como as da
AppleedoGoogle. “T”de
trust
, confiança.
O futurólogoGerdLeonarddiz que “
trust
is the new currency
”, a confiança é a nova
moeda. “A” de agilidade. Efinalmente “S”
de
sharing attitude
, que tem a ver com o
princípio da abundância. Compartilhar
de graça para receber a mais.
Gracioso –
Há uma questão que, no Brasil, ainda está
em aberto: a forma de remunerar os executivos, princi-
palmente os executivos de alto nível. Estudos da ESPM
mostram que, nas 500 maiores empresas brasileiras, a
remuneração variável média é de 26%. Em outras pala-
vras, de cada R$ 100, R$ 26 são atrelados à performance.
Sabemos que há, entretanto, firmas aqui no Brasil que
pagamaté 65% a título de renda variável. São justamente
essas as que mais exigem, mais penalizam quando é o
caso e, diga-se de passagem, as que crescem mais de-
pressa. Naturalmente, esse tipo de remuneração chega
ao exagero. Deve haver executivos de alto nível no Brasil
que estão ganhando US$ 10 milhões, US$ 20 milhões
por ano, devido ao princípio da remuneração variável.
“Não temos nenhumnível hierárquico. Ninguém
é chefe, nemeu, o que não significa que seja uma
empresa sem líderes. Ela tem, potencialmente,
mais líderes do que uma empresa hierarquizada”
Mário Kaphan
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