Revista ESPM - março-abril - Empreendedorismo. O grande sonho brasileiro. - page 121

março/abrilde2013|
RevistadaESPM
121
Para uns, regras e controles são necessários para esta-
belecer os limites e parâmetros que guiam suas ações,
ao passo que outros se frustram por não conseguirem
manifestar todo o seu potencial.
O caminho natural para esses eternos insatisfeitos é
abrir o próprio negócio, e assimocorre namesma propor-
ção em que as empresas valorizavam a estabilidade e a
continuidade. Amudança no ritmo dos negócios, provo-
cada pelo avanço do desenvolvimento da tecnologia, a
instabilidade do mercado de capitais e a crescente com-
petitividade alteraram as regras do jogo. Muitos desses
intraempreendedoresquenãoqueriamtrilhar ocaminho
do negócio próprio começaram a encontrar, dentro de
seu próprio emprego, as condições para revelar seu lado
empreendedor. Eles se sentem à vontade em ambientes
ambíguos, incertos e dinâmicos, criando condições e
oportunidades o tempo todo. Seus resultados lhes dão
destaque e visibilidade, e as organizações já percebem
nesses profissionais, antes tidos como perturbadores,
provocadores, insubordinados e revolucionários, o real
valor do talento empreendedor.
O desenvolvimento de uma cultura que promova a
inovação através das pessoas ainda é incipiente, e são
poucas as empresas que despertarampara esse caminho.
Vivemos o início de uma fase de transição emque temos,
por um lado, muitos talentos se recolocando no mercado
embusca de oportunidades de explorar seu potencial em-
preendedor e, por outro, organizações que estãomexendo
emsuas estruturas rígidas e institucionalizadasparaaco-
modar esse perfil profissional. O primeiro grupo é ainda
bemmaior queosegundo, sobretudoporqueasmudanças
organizacionais, para se criar uma nova cultura que favo-
reçaoempreendedorismo interno, sãoprofundas e lentas.
Perfil intraempreendedor
Dependendo do quanto a organização consegue estimu-
lar uma cultura que promova o espírito empreendedor, é
possível encontrar dois tipos de intraempreendedor: os
induzidos e os espontâneos. Quando a empresa promove
formalmente o empreendedorismo interno, ela estimula
facilitar o surgimento de funcionários com perfil em-
preendedor e estimular suas iniciativas. Em maior ou
menor grau, essa empresa promove um clima prazeroso
de trabalho, favoreceo surgimentode ideias, recompensa
adequadamente os intraempreendedores, valoriza tenta-
tivas e experimentações, propõe projetos importantes a
quem é motivado por desafios, elimina ou minimiza as
eventuais barreiras que podemse interpor às suas inicia-
tivas, mantém uma comunicação ampla e transparente
em toda a organização, garante que todos conheçam a
estratégia do negócio, implementa modelos organiza-
cionais que favoreçam as relações interdepartamentais
emantémseusexecutivospróximosdonível operacional.
Nesse tipo de instituição, não é difícil se tornar empre-
endedor. Na verdade, todos os funcionários podem se
tornar intraempreendedores, commaior potencial para
os 59% de empreendedores e iniciantes relacionados na
pesquisa de JerryWhite. Esses são os intraempreendedo-
res induzidos, ou seja, surgememcondições que, de outra
forma, não semanifestariame não deixariamsobressair
suas características empreendedoras.
Odesenvolvimentoda culturade
inovação através das pessoas ainda é
incipiente, e sãopoucas as empresas
que despertarampara esse caminho
shutterstock
1...,111,112,113,114,115,116,117,118,119,120 122,123,124,125,126,127,128,129,130,131,...164
Powered by FlippingBook