Janeiro_2006 - page 33

Convergênciadamídiae
o futurodosveículos
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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I R O
D E
2006
como funciona, naprática, a intera-
ção com os ouvintes.
DESAFIOURGENTE
Poucomais de 10 anos depois de a
primeiraversão
on line
deum jornal
brasileiro ter sido colocada na
web
(1995), os
blogs
e
fotologs,
que
nasceram na internet como diário
de adolescentes, estão revolucio-
nando não só o jornalismo, mas a
comunicação em geral. E o prota-
gonismo desta revolução deve-se à
participação do cidadão.
Os relatos dos passageiros de um
avião da Alaska Airlines que fez
um pouso de emergência em Seat-
tle (EUA), no fim de dezembro
passado, servemde exemplo. Além
de os próprios passageiros produ-
zirem, com suas máquinas digitais
e telefones celulares, imagens do
incidente, a corrente de informa-
ções que se formouem
blogs
e
sites
construiu uma grande reportagem,
apontando as falhas das empresas
responsáveis.
Em setembro de 2004, blogueiros
norte-americanos divulgaram erros
numa reportagem de um âncora da
CBSEveningNews,DanRather,que,
poucodepois,anunciousuasaídado
cargo. Em fevereiro de 2005, foi a
vezdochefede reportagemdaCNN,
Eason Jordan.Acusadode ter respon-
sabilizado soldados americanos pela
mortede jornalistasno Iraque, Jordan
sofreu pressão de diversos
blogs
americanos e renunciou duas se-
manas depois.
Sem entrar no mérito da razão de
um ou de outro, o fato é que os
blogs
têm se fortalecido como um
canal de comunicação. Uma pes-
quisa realizada pelo Pew Internet
and American Life Project mostra
que, em 2004, houve um cresci-
mento de 58% no número de
internautas norte-americanos que
utilizam
blogs
como fonte de
informação.
Outro fenômeno que tomou conta
da internet são as comunidades
virtuais que reúnem internautas aos
milhares, em sua maioria jovens e
adolescentes. O serviço do www.
fotolog.com, onde estão armaze-
nados
sites
pessoais em que os
próprios “flogueiros” são persona-
gens de suas fotonovelas, já virou
moda inclusive entre brasileiros.
Nada comparado ao orkut, pelo
menosnãoainda,que já reúnemais
de 4,7 milhões de brasileiros, os
quais representam 73,2% do total
de participantes. Mas era de se
esperar.
Os brasileiros estão entre os povos
que ficam por mais tempo nave-
gando na
web
. Em novembro de
2005, 12,52milhões se conectaram
à internet usando computadores
residenciais, segundo pesquisa do
IBOPE/NetRating. O número de
horas navegadas por pessoa foi 17
horas e 53 minutos/mês, o maior
tempo entre os 11 países monito-
radospelapesquisa.Deacordocom
oúltimodadodivulgadopeloComitê
Gestor da Internet noBrasil, relativo
adezembrodoanopassado,hámais
de 850mil “domínios.br”.
Está claro que estamos diante de
um novo mundo, cada dia mais
desafiador.Oaumentoda interativi-
dade e a multiplicidade de canais
de divulgação de informações sig-
nificam um salto no aperfeiçoa-
mento da comunicação, mas ao
mesmo tempo exigemmuita caute-
la e vigilância.
Lembro apenas o caso da Wikipe-
dia, a enciclopédia
on line
lançada
em 2001 e constituída de colabo-
rações espontâneas. A alteração
proposital da biografia do jornalista
norte-americano John Seigenthaler,
feita por um simples internauta
colaborador, transformou-o em
suspeito de envolvimento na morte
do presidente John Kennedy. A
informação errada ficou seis meses
noar (atéoanopassado), para servir
Nadacomparadoaoorkut, pelomenosnãoainda, que já reúne
maisde4,7milhõesdebrasileiros,osquais representam73,2%
do total departicipantes.Maseradeseesperar.
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