Convergênciadamídiae
o futurodosveículos
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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I R O
D E
2006
center
, o usuário poderá passar
qualquer conteúdo – informação,
texto, fotos, vídeo, TV, internet,
música,
e-mail
ou jogos – de uma
funçãoparaoutra,ouatémesmopara
outro equipamento. Imagine que
você está em uma reunião de
trabalho e precise disponibilizar no
seu celular alguns gráficos que estão
armazenados no seu computador.O
mídia
center
buscará esse conteúdo
damemóriadocomputador e jogará
no seu celular. Agora suponha que
você queira ler seus
e-mails
na tela
do televisor e ainda ouvir uma mú-
sica de fundo. Omídia
center
bus-
cará suas mensagens na internet, as
músicas no rádio e jogará tudo isso
na sua TV. O desafio, nesse caso, é
que não poderá ser ummero aco-
plamento de recursos e dispositivos.
Os equipamentos terãoque oferecer
compatibilidade, funcionalidade e
integração entre seus componentes.
Incrível? Sim. Isso é o futuro. E esta
é apenas uma dentre as tendências
enovidades queos grandes fornece-
dores apresentaram na CES 2006.
E quanto aos veículos? Qual será o
lugar deles neste novo contexto im-
pressionante?Acreditonacoexistên-
cia. A televisão, o rádio, a internet
e também os jornais continuarão
existindo, mas não sem uma condi-
ção: a de que se adaptem e se inte-
grem entre si. Isso não aconteceu
ainda, obviamente. Mas os veícu-
los, assim como cada um de nós,
estão num caminho de aprendiza-
do. Agora mesmo, no início de
dezembro, tivemos umademonstra-
ção desse esforço.
O
TheNew York Times
, famoso por
seu conservadorismo editorial,
surpreendeu o mundo com a sua
cobertura da greve dos transportes
AUTOR
ES
PM
NELSONSIROTSKY
Diretor-presidente da RBS e
presidente da Associação Nacional
de Jornais (ANJ).
públicos em Nova Iorque – que
deixou quase 5 milhões de pessoas
sem transporte por três dias. Diante
da avalanche de visitas à sua versão
on line
,o jornalcriouummapavirtual
de Manhattan onde as pessoas
deixavamsuasmensagens,contavam
como estavam enfrentando a greve
e obtinham informações sobre
transportes alternativos, entre outros
conteúdos. Foi a primeira vez que o
NYT
rompeu o paradigma da
complementaridade.
Separarmos parapensar, todas essas
novidades têm uma lógica. O
excesso de informação e de pos-
sibilidades tecnológicas já saiu do
nosso controle faz tempo. Assim,
fomos acumulando fios e aparelhos
dentrode casa e no trabalho e, prin-
cipalmente, uma carga elevada de
estresse, fruto da tentativa de acom-
panhar e compreender tudo isso.
O que o homem está criando neste
ainda tão jovem século 21, no fun-
do, é praticidade, objetividade, efi-
ciência, qualidade e até mesmo
economia. Embora, por enquanto,
estas novidades ainda signifiquem
investimentos altos, perplexidade e
deslumbramento, acho que elas re-
presentarão para nós, brasileiros, a
esperançadequeas incorporaremos,
no devido tempo, em benefício do
nosso desenvolvimento coletivo.
O
TheNewYorkTimes
, famosopor seuconservadorismoeditorial,
surpreendeuomundocomasuacoberturadagrevedos transportes
públicosemNova Iorque–quedeixouquase5milhõesdepessoas
sem transportepor trêsdias.
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