Janeiro_2006 - page 30

Nelson
Sirotsky
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J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2006 – REV I STA DA ESPM
fazem crer que apesar de todo o
avanço tecnológico, e das previ-
sões mais pessimistas, sempre
haverá lugarparao jornal impresso,
diferentemente do que diagnosti-
cou Negroponte em sua visita ao
Brasil. Através de um conteúdo
adaptado à realidade socioeconô-
mica do leitor potencial e de uma
utilização adequada das novas
plataformas tecnológicas, acredito
existir muito espaço no nosso país
para o surgimento de novos títulos
e de novos leitores, mesmo neste
mundo de alta complexidade e
evolução tecnológica.
UMANOVAETAPA
NAVIDADOS
BRASILEIROS
Vivemos em nosso país um mo-
mento decisivo com relação ao
futuroda televisãoabertaegratuita,
este veículo que se consagrou, de
1950 para cá, como o mais im-
portante meio de comunicação de
massa. A televisão aberta (gratui-
ta) atinge praticamente todos os
domicílios brasileiros e é, sem
dúvida, o principal meio de forma-
ção de nossos valores e princípios
ededisseminaçãodanossacultura.
ATVdehoje,não sepodeesquecer,
é também o principal instrumento
de lazerda imensamaioriadopovo
brasileiro. Nossa televisão ainda
não se digitalizou, a exemplo de
outros meios como as teleco-
municações fixa e móvel, a TV a
cabo e aTV por satélite (DTH) que
já estão na Era Digital.
Por todas essas razões, a definição
domodelo da televisão digital bra-
sileira, que estamos vivenciando
neste iníciode2006, poderá serum
grandemarco na história da comu-
nicação no Brasil. Se o país definir
mal o seupadrãodeoperação, nos-
so povo poderá ter de pagar para
acessar estas novas tecnologias, o
que, convenhamos, não é justo. O
modelo brasileiro de digitalização
precisa, necessariamente, privile-
giar a verdadeira inclusão digital,
ou seja, dar a qualquer cidadão o
direito de acessar gratuitamente
uma televisão digital aberta, que
lhe possibilite alta definição, múl-
tiplos canais,mobilidade, portabili-
dade e interatividade. Tenho con-
vicção de que a adoção de um
sistema tecnológico com estas ca-
racterísticas assegurará também a
unidade nacional, assim como a
preservaçãodanossacultura, como
já acontece hoje.
Todos nós temos acompanhado
pela imprensaumdebate sobrequal
será o sistema de televisão digital
que o Brasil adotará neste primeiro
trimestre de 2006 – se o sistema
americano,o japonêsouoeuropeu.
Ou, ainda, uma outra hipótese, um
sistema brasileiro próprio que
incorpore as melhores característi-
cas das tecnologias já existentes.
Creio, honestamente, que o tra-
balho que está sendo desenvol-
vido atualmente por inúmeras
universidades brasileiras – e que
agora vai embasar a definição
final do nosso modelo – resultará
em um sistema brasileiro de tele-
Adefiniçãodomodeloda televisãodigitalbrasileira,queestamos
vivenciandoneste iníciode2006, poderáserumgrandemarcona
históriadacomunicaçãonoBrasil.
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