Setembro_2001 - page 39

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Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2001
O
espaçoparaaeducaçãonaem-
presa constitui, hoje, um dife-
rencial estratégico à qualidade
total. Tornou-se imprescindível uma
PedagogiadeLiderança
quecomecena
concepçãodeGerente-Educador.Numa
época marcada pela mudança acelera-
da, a renovação é fator de sobrevivên-
cia face ao risco constante do obsole-
tismo. Quem não está se atualizando e,
mais do que isso, revendo criticamente
seuposicionamentodiante das conquis-
tascientíficasedasopções tecnológicas,
está superado. Seocupaposiçãode lide-
rançanahierarquiaorganizacional, ade-
terioraçãodo seupapel vai redundar em
desagregaçãogrupal.Aobsolescênciadas
organizaçõesé frutodadesintegraçãodas
lideranças.A funçãobásicadeum líder é
educar,poisaelecabe formarequipes in-
tegradas edesenvolver talentos.
O poder de influência das lideran-
ças exerce-se através de processos
educativos. É a atitude do líder, como
padrão de desempenho, e seu compor-
tamento, dominando habilidades
interpessoais, quevãodeterminar o cli-
mamotivador à integraçãodasequipes.
Temos repetidoexaustivamenteque
o que integra as lideranças são idéias e
emoções, e não tecnologias. O fascínio
do lídernão resulta,necessariamente,de
um carisma próprio, de uma “persona-
lidade de líder”, mas do exercício das
funções de liderança, que pressupõem:
• descoberta e desenvolvimento do
potencial humano (talentos);
• estímulo à participação e à criati-
vidade;
• criação de clima motivacional à
integração de equipes, através do con-
senso quanto às verdades comuns e a
objetivos emetas compartilhados;
• exercício regular da delegação de
autoridade para aumentar o poder pes-
soal e a força da equipe;
•avaliaçãodedesempenhoparaque
cada qual se posicione realisticamente
e se sinta em condições de crescer na
organização;
• educação contínua, visando a de-
senvolver atitudes e habilidades.
O exercíciodas funções de liderança,
num tempode intensas transformaçõesem
que vivemos, induz as gerências a preo-
cupação estratégica na linha de uma pe-
dagogia renovadora. É preciso educar o
tempo todoparaque, comoAlicenoPaís
dasMaravilhas, possamos, “pelomenos,
permanecer nomesmo lugar”.
A inovaçãoeaexpansãodoconheci-
mento transformam-nosempermanentes
aprendizes e as organizações, em comu-
nidades vivenciais de aprendizagem.
O
espírito de aprendiz
é exigido ao
profissional comprometido com o futu-
ro. Para ter a imprescindível
visão de
oportunidades
, énecessáriaa renovação
contínua através da educação contínua.
Educar, educar...educar é o segredo das
organizações bem-sucedidas.
Trabalhando com a educação, numa
dimensão global de empresa, em nossa
estratégia de consultoria, temos desen-
volvidoalgunsconceitos fundamentaise
suas tecnologias correspondentes:
Liderança
Integrada
Este é o ponto essencial. Todos os
problemasdasorganizações resultam,de
algummodo, de uma causa: a desinte-
graçãodas liderançasdo sistema.Nãoé
possível um organismo normal e sau-
dável guiadopor várias cabeças. E esse
monstrengo organizacional é o fenô-
menopatológicomais encontradiçona
realidadedas empresas, apontodenão
mais gerar susto e até ser justificado
por aquelesque, equivocadamente, de-
fendemacompetiçãopredatória.Aca-
beçadivididageraa fragmentação, uma
das tragédias mais características da
atualidade social.
Usamos uma frase para definir esse
fenômeno nas organizações: “
Ter dire-
tores e nãoTer diretoria”.
Classificamos
as empresas frag-
mentadaspor ilhasdepoder
como
ar-
quipélagos organizacionais,
onde em
cada cabeça gerencial há uma “meia-
verdade” levandoas instituiçõesase tor-
naremuma
mentira inteira
. Équando a
organização perde identidade e concei-
topúblico, tendendoase tornarnãouma
empresa,masumnegócioespeculativo,
circunstancial e perecível.
Integrar as lideranças é o esforço es-
sencial paraquehajaconsistênciadoutri-
nária, coerência estratégica e permanên-
cia namissão, como garantia à perpetui-
dade. Para tanto, é necessárioo compro-
missobásicocomasverdades comuns.
“Seocupa
posiçãode
liderançana
hierarquia
organizacional, a
deterioraçãodo
seupapel vai
redundarem
desagregação
grupal.”
Verdades
Comuns
É a base filosófica da empresa: as
verdades condensadas, os credos e os
princípios éticos que configuram a cul-
tura organizacional.
Semocomprometimentocomessas
verdadescomuns,acultura torna-sealgo
tão imprecisoquenãocorresponsabiliza
ninguém.
Todos sentem-se numa nau sem
rumo seguro, preocupados em sobrevi-
ver ao naufrágio a qualquer hora.
Asverdadescomunsnascemdacontri-
buiçãocriativa, dadiscussãoedoconsenso
quantoavalores,missão,objetivosemetas.
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