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Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2001
do primeiro serviço de telefoniamóvel
de terceirageraçãocausa furor nas teles
mundiais: operadoras ao redor domun-
do já investirammais de US$ 87,5 bi-
lhões investidos só em licenças de ope-
ração
1
e já estão fazendo tudo a seu al-
cance para fazer dos celulares 3G um
sucesso rápido de vendas.
Emboraasoperadoras, de formage-
ral, estejampagandopreçoselevadospe-
las licenças, os valores variam bastante
deumpaísparaooutro. Os leilõesocor-
ridos na Inglaterra eAlemanha, no pri-
meiro semestre de 2000, o custo
per
capita
das licenças oscilou entre US$
550 eUS$ 600; enquanto emmarço de
2001, atingiu-se US$ 30
per capita
no
leilão australiano.
Mas, o que explicaria investimentos
desseporte? O3Gofereceumsaltomuito
grande na taxa de transmissão de infor-
mações, permitindoque ousuáriode te-
lefones celulares tenhaacessoa serviços
atualmente vistos como dependentes de
conexões fixas, comomultimídia (com-
binaçãode texto, voz, imagem e vídeo).
No entanto, não será fácil, nem ba-
rato, tirarproveitodessasoportunidades.
Alémdeosnovos serviçosexigiremum
formato, é preciso frisar que redes 3G
exigem elevado investimento em infra-
estrutura cujo custo, segundo a
consultoria americana ShosteckGroup,
podechegaraUS$200porusuário. Isso
sem falar dos gastos com comunicação,
daqual toda"novidade" fazusoem seus
primeiros passos.
NoBrasil,deacordocomopresiden-
te daAnatel, RenatoGuerreiro, as lici-
tações para os serviços de 3G, o qual
"colocará à disposição de todos as van-
tagens já usufruídas com as redes fixas,
televisão e acesso à Internet", poderão
ser realizadas em 2002.
VI. Conclusão
ParaAmorim, a trajetória futura da
empresaéclara: ATelefônicadeveobri-
gatoriamente oferecer mais qualidade
aos seus clientes, mas não só isso, os
clientes devem perceber qualidade nos
serviços prestados. Isso irá requerer
grandesmudanças na empresa, desde a
culturaorganizacional atéoportfóliode
produtos, passando pela forma como a
empresa se organiza e trabalha.
Por outro lado, o desafio da
1A licença de operação permite que uma operadora telefônica opere em um determinado espectro de freqüência. Por exemplo, recentemente foram leiloadas
licençasparaoperarosistemaPCSnoBrasil,na freqüênciade1800MHz. Essas freqüênciassãoumrecurso finitoeescassoeasoperadorasquenãoconquistam
uma licença de operação se vêem impossibilitadas de oferecer serviços.
No montante pago pela licença, não estão considerados os investimentos em infraestrutura da rede, que devem ser adicionados a este preço para se ter um
quadromais real do investimento total realizado pela operadora.
universalização ainda não foi completa-
mente cumprido. Terá realmente chega-
do o momento para se abandonar esse
objetivoemfunçãodeoutro? Comocom-
pararestrategicamentedoisobjetivosque
podem ser contraditórios entre si?
A oferta de novos serviços tam-
bémoferece desafios. Quais segmen-
tos devem ser priorizados, a lucrati-
va mas pouco numerosa classe alta,
ou as mais numerosas mas menos
afluentes classesmédia e baixa? Que
tipo de serviços poderiam ser lança-
dos para cada segmento? Como se
poderia estimar a receita que cada
serviço irá auferir?
E quanto ao segmento corporativo,
que produtos podem ser introduzidos
nesse segmento? Como a empresa de-
veria organizar a sua força de vendas
para atender às empresas? Deve-se fa-
zer alguma distinção entre pequenas,
médias egrandes empresas na formade
atendimento?
Todasessassãoquestõesquedevemser
tratadas detalhadamente, de preferência
antes de se tomar decisões que nãoofere-
çampossibilidadede retorno. MasaTele-
fônicanão temmuito tempoparadecidir.
VII. Anexos
VII.1. CronogramaAnatel
A legislação prevê que a partir de 31/12/2001 omercado de STFC estará aberto para a competição.
Até 31dedezembro
de2001
1.º de janeirode 2002
1.º de janeiro
de2003
De1.º de janeirode
2004 emdiante
ConcessionáriaLocal
AutorizadaLocal
ConcessionáriaLocal
AutorizadaLocal
ConcessionáriaLD
AutorizadaLD
ConcessionáriaLD
AutorizadaLD
Aberturapara
empresasque
anteciparem
asmetasde
2003
Entradade
novos
competidores
Aberturade
mercado
para
empresas
autorizadas
quenão
anteciparam
suasmetas
Aberturade
mercadopara
empresas
concessionárias
quenão
anteciparam suas
metas
Modalidades
Local
Intra-Regional