Revista da ESPM SET_OUT 2012 Planejamento Estratégico - page 91

setembro/outubrode2012|
RevistadaESPM
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a umparceiro comercial; e odemercados abertos, onde
existe a proibiçãode todas as formas de protecionismo,
comexceçãodasbarreirastarifárias.Dentrodesseprincí-
pio,destacam-seo tratamentonacional,emquenãodeve
haver espécie alguma de discriminação entre oproduto
nacionaleoestrangeiro,depoisdeseuprocessodenacio-
nalização;atransparência,emqueaOrganizaçãoMundial
doComércio (OMC) – antigoGATT – deve ser notificada
sobreasnormasquepossamafetarofluxodocomércio;os
procedimentosde importação, impedindoqueaburocra-
ciasetorneumabarreiracomercial,ouseja,umabarreira
não tarifária; proibiçãodas restrições quantitativas, que
limitam o volume de operações; proibição das práticas
consideradasdesleais, em senso comum, de comércio; o
comércioequitativo, conhecido tambémcomo
fair trade
,
comproibiçãodesubsídiosaosprodutoresnacionais.
Tais princípios foram evoluindo de acordo com o
crescimento das transaçõesmundiais de comércio. De
um cenáriode reconstrução, diversas economias foram
sedestacandode forma singular, empaíses comoaAle-
manha, osEstadosUnidose, naúltimadécada, aChina.
A crise internacional de 2009 acentuou as diferenças
econômicas e sociais entre os países e expôs, talvez,
umanovaconfiguraçãodecomportamentodenegócios,
na qual, além das diferenças e vantagens competitivas
inerentesacadapaís, tornaram-senecessáriosacriação
eodesenvolvimentodecompetênciasdecadaumdeles.
Tomemos como exemplo o México, que exporta
grande parte de sua produçãopara os EstadosUnidos e
oCanadá, devido aoTratadoNorte-Americanode Livre
Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Outro casomais
contemporâneo éoda Índia, quepossui umbaixonível
dedesenvolvimentotecnológico,masexportatecnologia
de informaçãoparaoutrospaísesmediante investimen-
to europeu. Os dois países não possuem diferenciais e
vantagens competitivas, nem tampouco competências
essenciais. Para eles, a única alternativa é a parceria
comoutras economiasmais favorecidas e, dessa forma,
restringir seu relacionamento comercial comoutros paí-
ses. A dependência onera, sobremaneira, a área social.
Existeumanecessidadeestratégicade tentarconciliaro
econômicoeosocial,masvaleressaltarqueobem-estar
socialnãovemsomentedobem-estardaspessoas,masda
capacidadedeumasociedadegerarriquezaseconômicas
queresultemnofinanceiroe,consequentemente,noaten-
dimentosocialsustentado.Nestecenário,aparticipação
dasempresasépreponderanteparaageraçãoderiquezas
econômicas, competindoaogovernoa responsabilidade
de exercer determinado nível de gestão e influências
positivasem todoosistema.Essadiscussãonãodeveser
encaradacomo reducionista, em relaçãoaocapitalismo,
maséuma forma lógicadeospaísesse tornaremnações,
na acepção da palavra, em se tratando de mercados
internacionais. Assim, propostas ideológicas que se so-
brepõem ao econômico devem prevalecer como formas
de desenvolvimento de uma sociedademais saudável,
mais ética emais humana. Entretanto, deve-se avaliar,
estrategicamente, o que resultaria emmelhores contri-
buiçõesamédioe longoprazos,emdetrimentodosfrutos
descontinuadosdocurtoprazo.Nemsempreo resultado
econômico favorável reflete-seno social, porémédifícil
visualizarobem-estarsocialsemoeconômico.
Realidadebrasileira
Dentrodessa linha de raciocínio e recortandoparte dos
acontecimentosnopaís,deformaestruturaleatésituacio-
nal,vamosentãodiscutirpontosconvergentesquepodem
retratarcenários futuros,nosentidodenortearasempre-
sasnoBrasil.Comofortalecimentoinstitucionalepolítico
daOrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), houve o
incrementodorelacionamentodocomérciomultilateral,
deque,teoricamente,asbarreirasaolivrecomércioforam,
gradativamente,eliminadas,dandoa ideiadeumaaldeia
global,ondeosmercadosse tornariammenoscomplexos
emrelaçãoàmovimentaçãodeprodutoseserviços.
Dessa forma, a aberturadosmercados globais senor-
teia em três conceitos básicos: a confiabilidadepolítica,
a partir da evolução histórica, atitudes e análises das
instituições domésticas dos países; a credibilidade pe-
ranteosistemaeorganismos internacionais,pormeiodo
perfeitocumprimentodeacordos firmados;eaprevisibi-
lidade, obtida por diferentes ferramentas e indicadores.
Pormeiodesses indicadoresdegestão, épossível prever
determinados cenários futuros, que refletempolíticas e
açõesatuais. Dessa forma, oatual fracodesempenhoda
Melhoramosnorankingde
competitividade,masestamos
perdendovendas internacionais
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