Globalização
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Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
Nummundo cada vezmais interdependente é preciso
avançar muito além dos nacionalismos e assumir uma
responsabilidade global. A afirmação do nosso sincre-
tismo cultural, que mistura códigos e estilos de forma
avançadaesofisticada, podeseroferecidaaomundocomo
inspiração. “Entender culturano sentidoda antropologia
contemporânea enãoda antropologiadopassado. Então,
a cultura como momento criativo, pluralizado, diferen-
ciado e híbrido sincrético, que tem uma montanha de
elementos. O país está virando um ponto de atração, e
como transformar esse ponto de atração em uma multi-
dão de pontos é o desafio de redescobrir oBrasil”, afirma
o antropólogo Canevacci.
Empreendedorismo verde-amarelo
Sem uma economia que aponte para a inclusão e a dimi-
nuição das desigualdades, o fomento ao empreendedo-
rismo gera indivíduos resilientes, mas se torna perverso
ao incentivar iniciativas num cenário de poucas oportu-
nidades. “Um a cada quatro brasileiros tem um negócio
próprio ou está envolvido na criação de sua empresa. O
empreendedorismo nasce tanto por necessidade quanto
por oportunidade, e isso é ummérito do brasileiro. Ele se
tornamuitas vezesumempreendedor por sobrevivência”,
observa Cesar Kirszenblatt, gerente de conhecimento e
competitividade do Sebrae-RJ.
Os contrastes da brasilidade
Pesquisa realizada com 44 personalidades e 1,6 mil entre-
vistados emtodo oBrasil*, tendo como questãonorteadora
O que significa brasilidade para você?, dá pistas sobre a
percepção que temos de nósmesmos. Uma identidade que
parece transitar por aspectos antagônicos e simultâneos
sem grandes conflitos e cuja compreensão será decisiva
para definir o papel que ocuparemos no cenário internacio-
nal. Alguns contrastes encontradosno levantamento foram
as riquezas naturais, a liberdade e a ascensão econômica
contrastando com a ausência de projetos de longo prazo, a
educaçãoea saúdedeficitárias, a violênciaea corrupção. No
estudo, alegria, amizade, sensualidade, emoção, tolerância,
colaboração e força de vontade também contrastam com
descompromisso, superficialidade, acomodação, valores
não consolidados e dificuldade para seguir regras.
Alguns traços de nosso DNA
Pontos fortes:
diversidade (82%);
criatividade (80%); e sensualidade (77%).
Pontos fracos:
corrupção (90%); não
reclamar pelos seus direitos (80%).
Flexibilidade:
aspecto positivo ou negativo
conforme padrão ético e situação.
Arquétipos que ajudam a nos definir
Somos:
sábios, amantes, heróis, pessoas
irreverentes, prestativas, inocentes.
Não somos:
governantes/comandantes e magos.
* Pesquisa realizada pelas empresas CPM Research e Quanti Pes-
quisas, com a participação de 44 personalidades consultadas pelo
método Delphi (rodadas sucessivas de questionários até a obtenção
de consenso), e cerca de 1,6 mil entrevistados em todo o Brasil, entre
março de 2012 e março de 2013.
Havaianas utiliza ações inusitadas, como o evento de
janeiro de 2013, na Austrália, para promover amarca de
sandálias e a imagemdo Brasil no exterior
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