Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 133

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julho/agostode2013|
RevistadaESPM
da política industrial do País. Mas isso tudo é necessá-
rio, porémnão suficiente.
A política industrial temde contemplar acordos bila-
terais de comércio exterior, priorizando a exportação de
produtos demaior valor agregado e importando ciência e
tecnologia não existentes nomercado doméstico. Dessa
forma, poder-se-ia tornar o parque industrial nacional
competitivo, alémdas fronteiras doMercosul.
Mesmo assim, falta a base para a formação de umpar-
que industrial competitivo e inovador: moderna infra-
estrutura e sistema de logística de transportes. O pro-
grama de concessões do governo federal para os setores
de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias é umdos pas-
sos fundamentais para amodernidade dos sistemas de
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transportes. O segundo gargalo é a qualificação damão
de obra brasileira, que é ineficiente e desqualificada para
que o país possa, emmenos de duas décadas, competir
com os países emergentes da Ásia.
Amá qualidade da educação brasileira dificulta a per-
cepção, por parte das pessoas, da dinâmica do mundo.
As sociedadesmodernas, desenvolvidas ou emergentes,
deparam-se com um mundo cujo conhecimento é um
valor intrínseco que interage emrede de forma anônima
e não discriminatória. A passagemde sociedades emer-
gentes para desenvolvidas se dá pela possibilidade do
acesso da população ao conhecimento. Omundo atual
deixou para trás as sociedades industriais e está no iní-
cioda erado conhecimento. Oprocesso educacional está
enraizado tanto no conteúdo ético quanto no cultural,
na transformação da organização das empresas, das
famílias e das sociedades. A identidade de cada socie-
dade estará calcada nos valores étnicos locais, porém,
culturalmente, deverá ser global.
A prosperidade de uma nação só será possível se esti-
verharmonizadacomessesvalores. Apolíticaeconômica
das nações deverá assegurar a estabilidade dos preços e
das instituições, mas, sobretudo, a dinâmica inovadora
de todosos segmentos sociais eeconômicos. OBrasil tem
um dos mais difíceis desafios da sua história: transfor-
mar uma cultura social e institucional de ex-colônia em
uma democraciamadura, capaz de absorvermaior nível
de abertura econômica e cultural, e tornar-se uma socie-
dade global. Oacesso à cultura e à educação nos padrões
damodernidade contemporânea será a chave para o fim
do atraso econômico, cultural e tecnológico do país. Mas
nada disso se faz sem uma clara estratégia de desenvol-
vimento científico, econômico, político e social direcio-
nado à prosperidade de todos. Nesse aspecto, importa
aos governos, empresários e instituições responsáveis
pelo desenvolvimento conhecerem e atenderem, em
curto espaço de tempo, às demandas sociais que têmno
seu visor de futuro o desejo de acesso à afluência econô-
mica comqualidade de vida familiar e segurança social.
Ernesto Lozardo
Professor de Economia da Eaesp-FGV e autor
do livro
Globalização: a certeza imprevisível
das nações
(Editora do Autor, 2
a
edição, 2008)
divulgação
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