economia
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Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
produçãoficanamesma. Nesse vaivémdapolíticamacro-
econômica, o empresário reduz a produção e o consu-
midor adia o consumo com receio de ter perdamaior da
renda real por conta do aumento de preços.
Acompetitividade de uma nação depende de sua aber-
turaeconômica. Oque issosignifica?Aosomarmoso total
das importações como volume de exportações e dividir-
mos o resultado dessa soma pelo PIB, temos o nível de
abertura de um país. Para países desenvolvidos, exceto
a Alemanha, o nível de abertura não é tão significativo
como para os emergentes: México, China, Coreia do Sul
e Índia. Nos Estados Unidos, o índice de abertura é 25%;
no Japão, 28%; na Alemanha, 76,4%. Esses países são
detentores do capital e da tecnologia que os emergentes
nãopossuem. Ocaminhopara os emergentes adquirirem
capital e tecnologia é importar bens de capital e serviços,
para compor o que lhes falta, e exportar manufaturados
e
commodities
compreços e qualidade competitivos. Por-
tanto, na equação do desenvolvimento dos emergen-
tes, está a abertura comercial. O Brasil é um país muito
fechado comercialmente, pois seu grau de abertura cor-
responde a 21% do PIB, enquanto o do México a 62%, o
da Coreia do Sul a 89%, o da China a 47%, e o da Índia a
42%. Esses países crescem e se desenvolvemmais rapi-
damente que oBrasil. No entanto, o processo de abertura
econômica é longo e exige estratégias de coordenação e
direcionamento.
Uma abertura rápida pode causar mais danos que
benefícios, pois as importações desordenadas eliminam
empresas e empregos rapidamente. Isso ocorreu no Bra-
sil na primeira tentativa de combate à inflação, antes da
passagemdaURV (Unidade Real de Valor) para o real. Foi
uma estratégia equivocada de combater a inflação. Esse
erro foi corrigidodurante a implementaçãodoPlanoReal.
Tornar um país comercialmente competitivo não
implica ter uma taxa de câmbio desvalorizada por um
longo período semque o país tenha vantagens competi-
tivas, como produzir produtosmanufaturados demelhor
qualidade e comvalormenor queos ofertadosnomercado
internacional. A produção demanufaturados competiti-
vos requer uma política de substituição de importações
que vise tornar os produtos demandados competitivos
em relação aos produzidos no exterior.
A indústria nacional vive os dilemas da escala de pro-
dução e da falta de inovação necessária para competir
Campanha criada pelaNovaSBpara os 60 anos doBNDES
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globalmente e salvar o parque industrial existente.
Nesse sentido, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) tem exercido o papel de
formulador e articulador da política industrial, incen-
tivando a inovação e investimentos em setores-chave
para a concorrência global. O BNDES tem financiado
mais deR$140 bilhões emprojetos de aumentodos bens
de capital, damodernização e da criação de tecnologias
que tornemoparque industrialmais competitivo, emais
inovador em relação aos competidores internacionais.
Desse total, 35% são destinados às pequenas e médias
empresas, 10% aos projetos sociais, culturais e ambien-
tais. O restante distribui-se entre grandes empresas e
emprojetos de inovação tecnológica, como sendo parte