Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 130

economia
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Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
ativismofiscal. Para gastar tanto, é necessário arrecadar
mais, o que comprime a renda disponível das famílias
e a margemde lucro e de investimentos das empresas.
Essas distorções econômicas afastam a economia
da estabilidade de preços. A taxa de inflação corre
mais rápido que o crescimento da renda e o trabalha-
dor perde seu poder de compra. Não se pode desprezar
a importância do mandato do Banco Central do Brasil
(BCB), que tem a obrigatoriedade de manter a taxa de
inflação dentro da meta inflacionária, ou seja, 4,5% ao
ano, podendo variar dois pontos percentuais paramais
(6,5% a.a.) ou paramenos (2,5% a.a.). O ativismo fiscal do
governo obriga o BCB a manter elevada a taxa de juros,
como forma de inibir o crédito ao consumo, reduzir a
demanda que, certamente, influirá numa taxamenor de
crescimento potencial, e combater a inflação por meio
de medidas que possam assegurar a competitividade
da taxa de câmbio. Tudo fica bem explicado, mas nada
favorável à necessidade de a economia brasileira cres-
cer de forma previsível.
Podem-se identificar duas vertentesparaosproblemas
atuaisdosdesequilíbriosmacroeconômicos: coordenação
e direcionamentoda políticamacroeconômica.
A falta de coordenação da política de desenvolvi-
mento econômico gera perda de direcionamento e des-
perdício de energia que deveria ser canalizada para o
desenvolvimento da ciência e de tecnologias, com foco
na competitividade.
Mesmonospaísesdesenvolvidos, comoosEstadosUni-
dos, durante e após a crisefinanceira de 2008, ficou claro
que os agentes de mercado não teriammeios de corrigir
os excessos da política de financiamento dos ativos imo-
biliários das instituições financeiras. O único caminho
seriaaaçãocoordenadaentreoTesouroeoBancoCentral
norte-americano, oFederal Reserve (Fed), bemcomocom
os demais bancos centrais domundo, para evitar a possi-
bilidade da depressão econômica internacional. Inúme-
rasmedidas de urgência foramespalhadas dentro e fora
dos Estados Unidos, coordenadas pelos responsáveis do
governo norte-americano.
Essa ação coordenada em nada nos remete a pensar
que a economia dos países desenvolvidos se tornamais
próxima de uma economia de Estado, distanciando-se
da economia demercado. A crise financeira foi fruto de
um desequilíbrio causado pela frágil regulamentação
das instituiçõesfinanceiras dosEstadosUnidos. Dequal-
quer forma, seja em um país desenvolvido, seja em um
emergente, como o Brasil, dentro ou fora de umperíodo
de crise, a política de crescimento requer coordenação
entre governos e entidades privadas, para possibilitar
que o funcionamento do mercado assegure a competi-
tividade de preços e custos, melhor distribuição de bens
e serviços e a plena oportunidade de trabalho para toda
a mão de obra economicamente ativa.
Competitividade é umganho futuro e depende da coe-
rência das ações convergentes no aumento da produtivi-
dade emtodas as fases de produção. Aprodutividade, que
se equivale à eficiência produtiva, deve ser uma obriga-
toriedade de todos os participantes da produção de bens
e serviços. Em termos de política pública, é importante
que haja articulação entre os agentes do Estado, da ini-
ciativa privada e dos centros de pesquisas tecnológicas
no intuito de criar uma visão nacional do que venham
A indústria nacional vive os
dilemas da escala de produção
e da falta de inovação necessária
para competir globalmente
Fábrica daVolkswagen, emSãoBernardo do Campo (SP), foi
inaugurada em1959 para produzir Gol, Saveiro ePolo
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