Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 69

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julho/agostode2013|
RevistadaESPM
Alémdisso, resolve uma questão crônica que é a falta
de professores que sejam verdadeiros educadores. O
EAD pode contribuir com um número indefinido de
pessoas, utilizando as melhores metodologias e sis-
temas para acompanhar, avaliar e orientar o passo de
cada indivíduo, no seu tempo e ritmo de aprendizado.
Muitas soluções combinam momentos presenciais e
de interação a distância.
Comesses atributos oEADpoderá sermuito relevante
para suprir oenormedeficit educacional doBrasil e supe-
rar os obstáculos das nossas dimensões geográficas.
Hoje, é possível fazer uma faculdade, uma pós-gra-
duação ou especialização pelo EAD. Se a barreira for o
domínio de uma língua, tambémhá ótimos programas
disponíveis, inclusive semcusto. A justificativa de não
estudar pela falta de dinheiro fica cada vez mais vazia,
o que reforça a certeza de que a responsabilidademaior
é de quem quer aprender.
As opções de cursos a distância vêm crescendo rapi-
damente em todos os níveis e disciplinas, quebrando
regrasegerandonovasoportunidades. Por exemplo, estão
à nossa disposição cursos de filosofia, planejamento de
vida, orientação de carreira, além de uma ampla gama
de cursos profissionalizantes e de formas de transmis-
são de conteúdos fascinantes.
A revolução emcurso tem levado as universidades de
elite a abrir o acesso de seus programas pela internet.
Sendo líderes e altamenteprocuradas, não sepreocupam
em canibalizar seus programas presenciais.
Harvard eMIT criaramem2012 o EdX, uma organiza-
çãodestinadaaoferecer cursosdenível universitáriosem
custo.Paradimensionaroquantoérevolucionáriaessaini-
ciativa, emumdosprogramasoferecidospeloEdX, desta-
cou-seumestudantedo interior daMongólia, comapenas
15anos. SemoEdXseria impensável alguémde sua idade
e poucos recursos estudar numprograma de excelência.
Essa inovação revolucionaporquedispensaos tradicio-
nais sistemas de controle de admissões. Não faz omenor
sentido pré-selecionar quando temos umprograma livre
A falta de profissionais qualificados é
uma realidade, que vai perdurar por
muito tempo, até que a educação se
torne uma verdadeira prioridade
e semcustos. Trocamos a seleção pela certificação com-
provada, baseada no mérito de quem aprende.
OEAD representa uma valiosa oportunidade para as
universidades corporativas. Mapeando e avaliando o
que há demelhor e integrando aos seus demais progra-
mas, as universidades corporativas poderão multipli-
car sua contribuição. Uma ideia é promover a cultura
da educação continuada a baixo custo na empresa e
na sua cadeia produtiva. Imagine o quanto pode ser
adicionado de valor aos negócios quando os
stakehol-
ders
aprendem juntos e passam a falar uma mesma
linguagem nos negócios.
A conclusão de toda essa análise é que o Brasil tem
um enorme potencial a desenvolver e a educação fará
toda a diferença para realizá-lo. As empresas têm pro-
jetos ambiciosos de crescimento e se defrontam com
os elevados deficits educacionais acumulados nos
últimos anos. É natural exigir que o Estado cumpra
sua responsabilidade primária de promover a educa-
ção no país, levando-se em conta que recolhe impos-
tos para tal. No entanto, as empresas não podem ficar
na espera. Precisam agir ou seus planos não se reali-
zarão. Daí, no Brasil, a importância da educação cor-
porativa, mais do que em outros países que contam
com uma cultura de educação consolidada e moder-
nos sistemas de ensino.
As empresas precisamcontar comumplano estraté-
gico de educação como uma das prioridades essenciais
do seu plano de negócios. Prioridade significa alocar
inteligência e recursos, integrar visão de longo prazo,
inovação, tecnologia para ter pessoas capacitadas que
sustentemodesenvolvimentoda empresa. Umcaminho
auspicioso é o da educação a distância.
Aeducação é umbemcomume precisa ser gerida com
a participação ativa de seus principais interessados. As
empresas podemdesempenhar umpapel agregador rele-
vante, trabalhando em conjunto com escolas, institui-
ções profissionalizantes, sindicatos etc., contribuindo
para a melhoria do país.
Luiz Edmundo Rosa
Diretor de educação da ABRH-Nacional.
Mestre em psicologia social pela PUC-SP e especializado em
gestão pelo IMD (Suíça), Insead (França) e Universidade do Texas
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