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julho/agostode2013|
RevistadaESPM
operações. Caberá a esse comitê contemplar as neces-
sidades de desenvolvimento de pessoas, definir priori-
dades e investimentos. Posteriormente, acompanhar
resultados e adequar rumos.
Nesse contexto, a universidade corporativa tem sido
a escolha de centenas de empresas no Brasil, acompa-
nhando uma tendência mundial. Um dos seus princi-
pais benefícios é assegurar que a companhia cuide bem
de sua estratégia por meio de programas para formar e
capacitar suas equipes, emsintonia coma cultura orga-
nizacional. Comesse intuito, criam-se processos inteli-
gentes e soluções criativas, utilizandomúltiplosmeios,
que vão muito além do treinamento. Se a empresa não
tiver condições demontar sua própria universidade cor-
porativa, o mais importante é trabalhar com essa pers-
pectiva estratégica.
Nemtudoprecisa e pode ser feitodentrode casa. Cons-
truir parcerias comboas instituiçõesnoBrasil
—
enoexte-
rior, quando for o caso
—
é uma atitude inteligente que
multiplica resultados, sem duplicar recursos. Os graus
de ambição e liderança vão determinar se a universidade
corporativa estará aderindo a programas prontos, se vai
influenciar sua concepção ou até mesmo realizá-los em
conjunto. Parcerias com o Sistema “S” (Senai, Senac,
Senar etc.), sindicatos e associações profissionais ofe-
recemuma ampla gama de soluções.
Qualificação e engajamento
Algumas universidades corporativas desenvolveramum
diferencial relevante que é contratar pessoas de grande
potencial, apesar de suabaixaqualificação. Nasperiferias
das cidades brasileiras há enormes reservas de talentos,
para quemsouber aproveitá-los. Milhões de jovens preci-
samde uma chance para aprender e trabalhar.
Empresas que contratam na periferia e investem na
capacitação vêm alcançando resultados surpreenden-
tes quanto ao comprometimento, dedicação e retenção
de sua equipe.
De quem é a
responsabilidade?
Uma revolução está em
marcha e não sabemos até
aonde ela vai, como crescimento
do ensino a distância
De quem é a responsabilidade de transformar a
realidade educacional no Brasil? Dos governos, das
empresas, das escolas, dos professores, dos pais,
de quem mais? A resposta é simples: de todos nós.
Estamos habituados a conviver com a falta de edu-
cação e com seu elevado custo. Precisamos acreditar
que é um problema nosso e, sendo nosso, podemos
agir e fazer a nossa parte.
Quando pais participam e acompanham a educa-
ção de seus filhos, atuam em conjunto com a direção
da escola, os professores e funcionários. E os resul-
tados são expressivos. Vontade e determinação são
sempre muito mais importantes do que os recursos.
O Piauí dá o exemplo. A segunda melhor escola do
ensino médio do Brasil, segundo o Enem, é o Instituto
Dom Barreto, de Teresina. Outro exemplo é o pequeno
município Cocais dos Alves. Com apenas seis mil ha-
bitantes, a cidade mostrou que é possível se superar.
Graças à liderança do professor de matemática, An-
tonio Cardoso do Amaral, a localidade concorreu em
2012 na 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas (Obmep) com 27 alunos, dos quais
25 foram agraciados com alguma premiação. Cocais
dos Alves teve um aproveitamento de 92%, o que faz
dele o município brasileiro com a maior quantidade de
prêmios por número de estudantes.
Isso mostra que todos podemos liderar mudan-
ças e contribuir para a melhoria da educação.
Umdos premiados noObmep 2012,
que distribuiu500medalhas de ouro