Revista ESPM - jul-ago - Revolução Silenciosa - educação executiva como vantagem estratégica das empresas - page 62

estratégia
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Revista da ESPM
| julho/agostode 2013
O papel da educação corporativa
Os deficits educacionais do Brasil são enormes e estão
relacionados a uma série de fatores que levam à baixa
produtividade das empresas e do país.
A falta de profissionais qualificados é uma realidade e,
pelo que tudo indica, coma demanda das empresas cres-
cendo, vai perdurar pormuito tempo, até que a educação
se torne uma verdadeira prioridade nacional.
A baixa escolaridade representa um alto custo social
paraopaís.Otrabalhador se tornadependentedogoverno
para suprir o que ele precisa e não ganha. Eleva os custos
generalizadamente, abrangendo questões de produtivi-
dade, segurança, saúdepúblicaetc.Odespreparo, a faltade
higiene, amáalimentaçãoeasdoençascaminhamjuntos.
Pouca educação, em plena era da tecnologia e do
conhecimento, condena milhões de brasileiros a
Característica Causa
Consequência
Enfraquecimento
da cultura familiar
• Família monoparental
• Presença da mulher no mercado de trabalho
A ausência dos pais no processo de educação das
crianças gerou um enorme empobrecimento na formação
de valores, atitudes e comportamentos cidadãos
Nas escolas
sobram conteúdos,
faltam valores
• Foco na teoria
• Currículos escolares desatualizados
Os alunos não são estimulados a desenvolver planos
de vida e profissional, nem recebem noções de valores
básicos como respeito, confiança, e solidariedade
Sem chances
para aprender a
trabalhar
• Excesso de tempo livre
• Despreparo do jovem para ingressar no mercado
de trabalho
• A Emenda Constitucional nº 20 (1998) elevou a idade
mínima para o menor trabalhar de 14 para 16 anos
Adolescentes que podiam trabalhar como mensageiros
ou auxiliares passammais tempo nas ruas, vivendo na
informalidade e, muitas vezes, até na criminalidade
Perda de
competitividade
no social
Ocupamos o 88º lugar, no IDE da ONU, atrás de países
como o Paraguai e Bolívia
Esse tipo de índice reflete a qualidade da educação no
Brasil
Menos matrículas,
menos formados
De 2002 a 2012, enquanto a população cresceu 19
milhões, o Brasil perdeu 10% de suas matrículas na
educação básica
Em dez anos, o ensino médio reduziu 1,8 milhão de
formandos por ano, número insuficiente para um país
que precisa criar empregos mais qualificados
Uma França sem
o ensino básico
Em 2010, 65 milhões de brasileiros não haviam
concluído o ensino fundamental
Se nada for feito, milhões de jovens estarão condena-
dos a trabalhos pouco valorizados
Sem condições
mínimas para
trabalhar
Um número reduzido de jovens domina os conceitos
básicos de matemática e de português, considerados
essenciais para a educação continuada e para a
profissionalização
Esses jovens despreparados estão fadados a receber
baixos salários
Investimentos
sem prioridade
e qualidade
O número de cursos e de vagas nas universidades
cresceu sem qualquer relação com as necessidades
do país
Dos 6,7 milhões de universitários medidos pelo Censo
Escolar 2010, 1,1 milhão estudavam administração e
650 mil estudavam direito, enquanto o Brasil carecia de
médicos, engenheiros, biólogos, químicos e outras
especialidades
Desperdício de
tempo e recursos
Nesse ano, o Brasil teve o mais baixo índice de
conclusão do ensino superior e o terceiro pior entre os
que completam o ensino médio, nos 35 países
pesquisados pela OCDE
Em nenhum outro país, fora o Brasil, concluir a
faculdade faz tanta diferença em termos de emprego e
renda
Nesse ritmo,
só em 2040!
A média nacional do Brasil no Índice da Educação Básica
(Ideb) é de 3,7, numa escala que vai até 10. Nos últimos
três levantamentos, o índice cresceu quase nada:
apenas 0,1 (um décimo), a cada dois anos
Nesse ritmo, para o Brasil chegar à média 5, só no ano
2040
Desafiosdaqualificação
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