Revista ESPM - jan-fev - Santa Internet - page 45

janeiro/fevereirode2013|
RevistadaESPM
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No rastro do
consumidor
Por Arnaldo Comin
Fotos:Wilian TadeuAmbrozio
Q
uem assistiu à ascensão e queda da Nasdaq na virada do milênio
não teria se espantado com o naufrágio do Buscapé em meio ao
maremoto que tragou milhares de empresas
pontocom
em todo o
mundo. Mas o serviço de comparação de preços, que nasceu junto
com as primeiras lojas virtuais, acabou se tornando referência de empreende-
dorismo na internet.
A história começa em 1998, quando três graduandos em engenharia elétrica da
Poli (USP) — Romero Rodrigues, Rodrigo Borges e Ronaldo Takahashi —, juntamen-
te com o estudante de administração Mario Letelier, maquinaram um software
que seria vendido em bancas de jornal para pequenos lojistas, permitindo a inser-
ção de preços para umtira-teima comas cifras praticadas pela concorrência. Oque
nenhumdeles sabia é que, àquela altura, o varejonão abria o valor dasmercadorias
nempor telefone. Imagine pagar por isso.
A frustração nãomatou o negócio, que se reinventou coma publicação dos preços
do incipiente comércio eletrônico no Brasil. A glória chegou em setembro de 2009,
quando o grupo sul-africano Naspers arrematou 91% da companhia, avaliada em
US$ 374milhões à época, dando combustível para a formação de umconglomerado
que reúne pertode 20 empresas emdiferentes elos da cadeia do comércio eletrônico.
Além do sucesso financeiro, o maior legado do Buscapé é conhecer, como nin-
guém, os hábitos e impulsos do consumidor na internet. Mas para quem enxerga
umconto de fadas ao estiloMark Zuckerberg, o empreendedor Romero Rodrigues,
a facemais visível do Buscapé, recomenda umbanho de água fria. “Não existemo-
mento eureca. Nosso negócio é fruto de anos de tentativas e erros e o importante é
ter pele grossa. Você vai tomar tapa na cara e temde seguir em frente.”
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