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E-commerce
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
54
N
o Brasil do início dos anos 2000, fazer com-
pras no ambiente digital exigia do usuário,
além do acesso a um computador conectado,
uma boa dose de ousadia e pioneirismo. O
consumidor on-line ainda era uma minoria e as lojas de
e-commerce
estavamse consolidando. Desde então, alguns
fatores provocaram grandes mudanças na forma como o
brasileiro consome nos meios digitais, especialmente a
difusão do acesso à internet, a abrangência do uso das
mídias sociais edos aparelhosmóveis conectados (
tablets
e
smartphones
), aexpansãodanovaclasseCeapopularidade
do uso dos cartões de crédito. De acordo com um estudo
da Visa, atualmente, 27% do valor total de bens e serviços
comercializados no país são pagos com cartões, número
que, em 2004, era de apenas 16,5%. O estudo mostra uma
expansão de 64% no uso do serviço em oito anos.
Na última década, o faturamento total do
e-commerce
no país passou de R$ 540milhões para R$ 22,5 bilhões, e o
número de e-consumidores de 1,1milhão para 43milhões,
de acordo como e-bit 2012, daCâmara Brasileira deComér-
cio Eletrônico. O número de usuários de internet alcançou
a cifra de 76 milhões (37,4% de penetração na população),
colocando o Brasil na quinta posição no ranking mundial,
segundoo estudo
InternetWorld Stats
, doMiniwattsMarke-
ting Group, feito no ano passado. Em 2011, o Brasil foi um
dos países que mais cresceram em IDI (ICT Development
Índex, índice publicado pela United Nations International
Telecommunication Union, com base em indicadores de
tecnologia da informação e comunicação), passando de
0,54% para 4,72%. Somente no primeiro semestre de 2012,
5,6milhões de consumidoresfizeramsuaprimeira compra
on-line, totalizando 37,6 milhões de e-consumidores no
Brasil. Hoje, comprar emmeios digitais já é parte da rotina
da grandemaioria da população.
Quando as lojas de departamentos físicas lançaram
suas primeiras versões on-line, era consenso estarem
tratando com dois públicos bem diferentes: os clientes
com acesso à internet, supostamente das classes A e B —
público-alvodas lojas on-line—, e os demais das classesC
eDque, teoricamente, continuariamcomprando apenas
nas lojas físicas. Produtos de tíquete médio baixo, como
livros, CDs e DVDs, eram responsáveis pela maioria das
transações, bem diferente dos R$ 346 gastos em média
no ano passado, quando eletrodomésticos e vestuário
ocuparam os primeiros lugares das vendas on-line. As
mudanças no perfil das compras e dos compradores ao
longodos anos indicamumamaior aproximaçãodoperfil
do consumidor on-line e off-line, e as lojas precisamestar
preparadas para esse novo cenário.
Usuários de várias classes sociais trafegam conforta-
velmente entre os ambientes virtuais e reais, enquanto
conceitos sedimentados do planejamento de mídia ga-
nham novas variáveis e possibilidades. A transposição ao
novo ecossistema não é óbvia nem automática e exige um
conhecimento ainda mais profundo não só dos hábitos de
consumodobrasileiroatual,mastambém,eindispensavel-
mente, de tecnologia. A complexidade do ambiente digital
aumentou muito. Para encontrar o mix de comunicação
de cada empresa de
e-commerce
, é necessário considerar
Atualmente, 27%do valor total de
bens e serviços comercializados no
país sãopagos comcartões, número
que, em2004, erade apenas 16,5%
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