janeiro/fevereirode2013|
RevistadaESPM
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depois, quando lançamos o Buscapé,
em junho de 1999, o serviço nasceu
com 35 lojas e 30 mil produtos, todas
elas empresas de
e-commerce
. Mas, no
fim das contas, o comércio eletrônico
explodiu e nós acabamos explodindo
junto. Foi umprocesso que levou anos.
Agora, com o
smartphone
, estamos
incluindo as lojas de rua no mecanis-
mo de busca. Achávamos que seriam
seis meses e acabou levando 15 anos.
Às vezes, a gente erra um pouco na
previsão (risos).
Arnaldo
— De que maneira a ascensão
da nova classe média impulsionou o de-
senvolvimento do e-commerce?
Romero
— O impacto da classe C
foi fortíssimo e mudou o perfil de
compra. O varejo teve de se adaptar
às prestações. No Buscapé, a segun-
da ordenação de preços, hoje, é por
parcelamento, um comportamento
típico da classe C, que está mais pre-
ocupada com o
share of wallet
, ou seja,
importa o quanto eu tenho no bolso,
não quanto custa. Isso não por desin-
formação, mas simplesmente porque
esse consumidor não tem o dinheiro
para comprar, à vista, um refrigera-
dor, mas precisa do produto. A classe
C descobriu, rapidamente, que podia
encontrar oportunidades melhores
de compra no comércio eletrônico,
em relação ao varejo tradicional. Prin-
cipalmente nessa primeira fatia do
consumo, que são os eletrodomésti-
cos, eletrônicos e, cada vez mais, os
eletrônicos portáteis. Mais até que a
TV, um
tablet
ou um celular represen-
tam status, uma forma de mostrar
que pertencem a uma nova classe.
Esta explosão de consumo é notória.
O
smartphone
é, disparado, o produto
mais comparado no nosso sistema.
Isso levou à criação, em 2007, do
Bcash, sistema de pagamento digital,
para atender a esse novo consumidor
e tambémao pequeno lojista que esta-
va entrando na internet.
Arnaldo
—
Além dos
smartphones
,
quais são os outros fenômenos de consu-
mo e de comportamento no
e-commer-
ce
? Uma área nova do Buscapé é moda.
Há mais tendências?
Romero
— A mobilidade é impor-
tante. O usuário busca o
smartphone
como produto, mas o utiliza cada vez
mais como mecanismo de compra.
Muitas vezes ele está numa loja física
e usa o celular para comparar preços.
O mesmo acontece em moda. Não
para a comparação, mas para o uso
de aplicativos e informações sobre
tendências. O celular virou uma fer-
ramenta de compra forte. Dentro dos
segmentos de consumo há algumas
tendências. Uma delas é a moda, que
veio para ficar, embora o Brasil ainda
enfrente problemas de padronização
de vestuário. É o segmento que mais
cresceu nos últimos dois anos. E,
além dos aplicativos, a moda está
muito ligada ao social. A possibilida-
de de ver o que os outros estão usan-
do, as recomendações de amigos.
Isso potencializa muito a categoria,
que já parte de uma margem de lucro
muito melhor. Também assistimos
ao surgimento de diferentes formas
de comprar serviços de assinatura,
por exemplo. Outro aspecto são os
serviços em geral, como reservas
de mesas em restaurantes e agenda-
mento de consultas médicas. Ingres-
sos para cinema já virou ummercado
fortíssimo.
Arnaldo
—
Como o Buscapé está captu-
rando essas tendências? Alguns desses
segmentos não permitem a comparação
de preços, que é o DNA da marca.
Romero
— Por isso é importante
destacar que nem todos os serviços
serão absorvidos pelo nosso negó-
cio principal. O motivo pelo qual a
AclasseCmudouo
perfil decompra.Ovarejo
on-line tevede seadaptar
aoparcelamento