Revista ESPM - jan-fev - Santa Internet - page 72

Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
72
entrevista | John Lima
Gabi
Depois de ter uma experiência
bem-sucedida no Vale do Silício, você
retorna ao mundo dos negócios com a
ferramenta Social-ID Now, que desen-
volve estratégias de marketing a partir
do perfil dos usuários de redes sociais. O
que pesou na sua decisão de abrir esse
novo negócio?
Lima
— Sou engenheiro eletrônico
formado pela Unicamp e minha car-
reira foi toda moldada no ambiente
digital. Sou apaixonado pormarketing
e, desde que vendi a primeira empre-
sa, queria desenvolver um software
que tivesse uma aplicação nessa área.
Antes conhecíamos nossos clientes
pelo cartão de visita. Agora, nas redes
sociais, eles revelam seu lado pessoal,
permitindo um novo relacionamento
no mundo dos negócios. Usamos
essas informações para criar o Social
CRM (
Customer Relationship Manage-
ment
). Desenvolvemos mecanismos
para transformar as informações
presentes nas redes sociais em dados
relevantes para as empresas. Esse
novo empreendimento surgiu para
responder à seguinte questão: tenho
um milhão de seguidores no Twitter.
Mas o que faço com isso?
Gabi
E você já tem essa resposta?
Lima
— Em mais de 20 anos atuan-
do na internet, aprendi que a tecno-
logia é o passivo da história. O ativo
são as estratégias de marketing, e
quem faz o milagre acontecer são
as pessoas! Então, não adianta ter
um milhão de fãs no Facebook sem
conhecer essas pessoas e saber do
que elas gostam e quais os seus há-
bitos comportamentais. A grande
busca das empresas hoje, nas redes
sociais, é por engajamento. Mas
esse engajamento só acontece se
você consegue estabelecer uma co-
municação personalizada com cada
um de seus fãs. Aí entram o poder
da tecnologia e o trabalho da Coffee
Bean, que identifica o perfil social
do cliente de determinada empresa
e usa essas informações para de-
senvolver estratégias de marketing
mais efetivas. Um programa extrai
o social ID da pessoa na rede social,
faz o cruzamento dos dados e, a
partir daí, cria uma série de ações
personalizadas.
Gabi
Esse conceito do Social CRM já
é uma realidade?
Lima
— Sim. É possível, por exemplo,
customizar o
website
de uma empresa
e criar promoções de acordo com o
perfil de cada consumidor. Imagine a
seguinte situação: aome hospedar em
um hotel, o sistema analisa as infor-
mações que postei nas redes sociais,
atualiza o cadastro e já formata uma
promoção exclusiva e que faça senti-
do para o meu momento de vida. As
empresas estão começando a utilizar
essas informações para realizar uma
segmentação de maior qualidade e
campanhasmais precisas.
Gabi
É a evolução do CRM.
Lima
— Isso. O CRM é um conceito
muito desgastado, que virou uma
ferramenta e perdeu a sua força. A
Antes conhecíamos nossos clientes pelo cartão
de visita. Agora, nas redes sociais, eles revelam
seu ladopessoal, permitindoumnovo
relacionamentonomundodos negócios
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