Janeiro_2009 - page 67

Máquinas ou
Pessoas?
janeiro
/
fevereiro
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
67
Carlos Salles
– Gostaria de in-
sistir num ponto. Mesmo sem citar
a palavra, falamos de liderança o
tempo todo. Eu queria juntar – aos
fundamentosdaboa liderança, que
todos nós somos capazes de escre-
ver –umoutroconceitoqueacom-
plementa, que é o da competitivi-
dade. Soumembro, hámuitosanos,
doConselhoCurador daFundação
Nacional daQualidade emembro
doMovimento Brasil Competitivo,
que é o grande fórum para discus-
sões sobrecompetitividade, noBra-
sil.Ali sedizqueacompetitividade
– e não estou falando somente de
empresas,masdeempresa, depaís,
doque seja – quando você fala em
competitividadeemqualquernível,
dizemos que ela é função direta
da capacidademaior oumenor da
empresa, país ou região, de desen-
volver, reter e atrair talentos. Essa
é a definição de competitividade.
Com isto, observamos uma coisa
interessante – saindoumpoucodo
ambientedeempresa, indoparaum
ambiente mais cotidiano. O Brasil
foi, numa época, opaís do futebol,
e nós, claramente, perdemos a
competitividade. Outro dia, num
debate desses, pela televisão, dis-
seramqueoBrasil vai ser o terceiro
mundo do futebol, dentro de
15 anos, porque o Brasil não
desenvolve mais os talentos
que desenvolvia; o Brasil não
consegue reter ninguém, alguém
sobressai-se um pouquinho e vai
embora, para jogar naArmêniaou
qualquer outro lugar. Não conse-
guimos reter, nem atrair ninguém.
Qual éo jogador quevai cometer a
insanidadede sair do campeonato
francês, espanhol ou italianopara
vir jogar no campeonato brasilei-
ro? Não vemmais, só recebemos
aqui os galos velhos, queestãoem
final decarreira. Então, acompeti-
tividade é isso. Se transportar isso
– esquecendoumpouco a empre-
sa e pensando no Brasil como um
todo–ondeestáonossocalcanhar
deAquiles? Estánaeducação. Seja
em relaçãoaanúncios inteligentes
ou empreendedorismo, a ques-
tão é a mesma.
JRWP
–Temos de ouvir um profes-
sor sobre isso!
Jesus
– Tudo bem, mas quero
acrescentar um outro argumento.
Acho que a não-retenção dos ta-
lentos na empresa também ocorre
pela falta de caráter. Como oAlex
citou, falta caráter aos próprios
dirigentes, que não seguem os va-
loresque foramestabelecidos.Não
me preocupomuito com o fato de
haverounãodono; nunca trabalhei
numaempresaemqueconhecesse
odono, sempre forammegaempre-
sas e issonuncame afetou, porque
haviadiretrizesdevaloresqueeram
transparentes e cumpridas. Você
podia reclamar por uma injustiça
e era ouvido. Hoje, isso não existe
mais. Há feudos por incompetên-
cias onde “eu temantenho porque
sei que você é incompetente, mas
ao mesmo tempo você não fala
}
Uma pessoa de bom caráter desenvolve
a equipe em vez de competir com ela.
~
}
É o
after sale
que leva o consumidor a
pensar:
{
tomei a decisão certa
|
.
~
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