Maio_2003 - page 35

Marli Appel
Revista daESPM –Maio/Junho de 2003
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apossibilidadedacriaçãodecenas
fantasiadasquecoloquemosujeito
em “estar namoda”, “fazer parte
de”, “ser original”, por exemplo,
almejando consumir produtos ou
serviços que estejam em conso-
nânciacomas fantasias.
Nesse sentido, a noção de
beleza é uma forma de relaciona-
mento do sujeito com objetos e
entre sujeitos, experimentado
como um “encantamento” produ-
zido através da experiência
sensorialda imagem–corpóreaou
de objetos (DUARTE-JUNIOR,
1991).
Quando a procura é pela
própria beleza, as fantasias
colocamaspessoasemcenasque
se imaginam “mais belas”. Há,
portanto, um auto-encantamento.
Entretanto, o corpo é objeto a ser
olhado no espelho e a ser olhado
pelo outro, se é fonte de auto-
encantamento, pode também ser
base para o encantamento e a
seduçãodooutro.
O sujeito anseia, enfim,
alcançar o padrão de beleza
imaginado, partindo para o
consumo dos serviços e produtos
de beleza conforme o fantasiado
parasi.Cadaatovisandoàbeleza
levaanovosatosparaqueoauto-
encantamentocontinueeparaque
possaestar seduzindoooutro.
O corpo passa a ser o
depositário de expectativas e
torna-se fontedeprazer por estar
aserviçodasemoçõesdofantasiar.
Dessa forma, ele merece um
cuidadoconstantequepermitaao
sujeito administrar a si mesmo,
oferecendo-lhe opções de
consumoedeescolhasparaoseu
enamoramento.
Entretanto, o meio social faz
novasepaulatinasexigênciasem
relaçãoàbeleza.Ocorpodeveser
“O
sujeito depara-se, finalmente,
comuma vivência opressora: tentar
parar o cursonatural da existência
que é a velhice e amorte.”
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