Maio_2005 - page 75

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M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
José Roberto
Whitaker Penteado
e Beatriz
Penteado
O professor Francisco Gracioso,
presidentedaDiretoriaExecutivada
ESPM –mas que foi, também, pro-
fissional de criação e de plane-
jamento nas agências JWT e Mc-
Cann-Erickson – concorda com a
inclusãodascampanhasdeKolynos
entre as mais honestas: “Principal-
menteosanúnciosde“Ah,Kolynos”
que tiveram um papel histórico, ao
deixar de tentar convencer os
consumidores sobreopapel docre-
medentalcomo remédio,paraevitar
cáries, etc. e concentrou-se sobre a
sensação de bom hálito e boca
limpa. Isso fez com que Kolynos se
tornasseamarca líderemvendas,no
Brasil.”
ChristinaCarvalhoPinto,diretorada
FullJazz, respondeu: “ograndemar-
co,paramim,partiudaNatura,mos-
trandomulheresbonitasdeverdade.
Isso resgatou o conceito da ver-
dadeira beleza e mostrou a deso-
nestidade dos anúncios de outras
marcas, que costumavam usar
modelos de 20 anos para anunciar
cremes anti-rugas”. Essacampanha,
também, foi considerada como
exemplo de publicidade honesta
pelo diretor daTymus Branding, Ri-
cardoGuimarães.
Décio Clemente, diretor da DeCle-
mente e também conselheiro da
ESPM, lembrou o anúncio da cam-
panha contra a fome da época do
Betinho, “quemostravaumapanela
vazia, dizia que as pessoas precisa-
vam comermas, apesar da honesti-
dade, atéhoje tem gentequemorre
de fome. Ninguém se sensibilizou
de verdade. Outra é da campanha
contraaAids.Aúnicaemais segura
maneira de evitar é usando camisi-
nha, honestamente é verdade, mas
ainda tem gente que não acredita”.
RobertoDuailibi, um dos sócios da
DPZ, também contribuiu para essa
pesquisa, lembrando de um anún-
cio criado pela agência para os
preservativos Jontex, muito, muito
antes da ameaça da AIDS. Trata-se
de “Bonitinho pero sifilítico”, abor-
dandoo tema então tabudas doen-
ças venéreas.
JoséEsquenazi,ex-diretordaArtplan,
doRio, édeopiniãodequeosmais
honestos são os anúncios com-
parativos – que, no Brasil, não são
muitobem-vistos.DizEsquenazi: “É
válida a idéia desde que os fatos
citados sejamverdadeiros, nãodifa-
matórios, nem diminuam a quali-
dade do concorrente. Lembro de
PepsiXCocaedoFuscaXChevette,
era tudo claro ehonesto.Quando a
Artplan recebia visita de estudantes
de Comunicação, eu fazia uma
palestrae semprecitavaos aspectos
da éticadesses
cases
”.
Graciela Presas Areu, publicitária e
consultora, de Curitiba, indica a
“campanha mais honesta e inte-
ligente que já vi foi a do fusquinha
nosEUA,quandoassumiramqueera
um carro feio. Era uma campanha
O anúncio da campanha contra a fome, da época do Betinho, “quemostrava uma panela vazia, dizia que
as pessoas precisavam comermas, apesar da honestidade, até hoje tem gente quemorre de fome”.
Duailibi, um dos sócios daDPZ,
também contribuiu para essa pesquisa,
lembrando de um anúncio criado pela
agência para os preservativos Jontex,
muito,muito antes da ameaça daAIDS.
Trata-se de “Bonitinho pero sifilítico”,
abordando o tema então tabu das
doenças venéreas.
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