Um papo sério sobre
Criatividade
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R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
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J U N H O
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nações. Guilford (1970), fez um
estudo específico acerca da
produção científica sobre
criatividade na Psicologia. Os
resultados revelaram que, a
partir de 1950, o número de
trabalhos sobre criatividade
cresceu significativamente.
Diversos cientistas acreditaram
na correlação entre criatividade
e inteligência. Por isso, os
estudos iniciais sobre aquela
confundiram-se com muitos dos
aspectos do estudo da inteli-
gência. Guilford foi um dos au-
tores que, ao assumir que ambas
não eram, necessariamente, cor-
relacionadas, auxiliou o início
de uma abordagem científica,
especificamente, no que diz
respeito aos testes de avaliação
da capacidade criativa. Após
décadas de estudo de sua teoria,
diversos psicólogos compro-
varam a premissa de que, efe-
tivamente, criatividade não é o
mesmo que inteligência (Gar-
dner, 1993: 20).
Desde a metade do século pas-
sado estudiosos passaram a se
dedicar ao assunto, realmente,
com profundidade e determi-
nação. Um marco que denota
isso foi o lançamento, em 1942,
do livro
How to think up
de Alex
Osborn (1942), que passou a ser
considerado um livro-texto para
as escolas norte-americanas.
Sócio da BBDO, ele percebeu
que parte da
forma
como sua
equipe criava – por meio de
brainstorm
– poderia ser
aplicada em outras áreas e
empresas.
BUSCANDO
DEFINIÇÕES
Muito antes de se iniciar o estudo
científico da criatividade, os pes-
quisadores jábuscavamsuadefinição.
Platão considerava a atividade
criativa como um dom de inspiração
divina, não sujeita à análise racional.
Aristóteles,porsuavez,propunhauma
definição mais prática, voltada para
o “fazer”. Durante séculos, as
definições oscilaram entre esses dois
extremos. A própria definição de
criatividade no Ocidente é diferente
da que há noOriente. Enquanto, no
primeiro caso, ela é orientada ao
produto final,noOrienteévistacomo
forma de expressar uma verdade
interior demaneira a auxiliar o auto-
conhecimento e o crescimento
espiritual (Boorstin, 1992).
É fundamental, contudo, que, para
a matéria ser tratada com o devido
rigor científico, existam definições
Apósdécadasdeestudoda teoria
deGuilford,diversospsicólogos
comprovaramapremissadeque,
efetivamente,criatividadenãoéo
mesmoque inteligência (Gardner,
1993: 20).
)