R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
56
PEDRO
–Nocurtoprazonãotemamenorchan-
ce disto acontecer. Já em longoprazo, achoque
aquelesqueestãonamaternidadeéqueterãoque
responderasuapergunta.Masdemora,demora
mesmo.O livroeletrônicoéuma ferramentaab-
solutamente fantásticaque, inegavelmente, será
usadanãosópor leitores. Imagineumadvogado
queváparaumaaudiêncianoAcre, temdese lo-
comoverparaláafimdeverificaralgumacoisano
Tribunal. Você jáviuaquelaspastasdosproces-
sos?Eledigitalizaaquiloque lhe interessae leva
tudonumacoisinha. Jáviramo livroeletrônico?
GRACIOSO
–Meufilho temum, oKindle.
PEDRO
–Kindle é daAmazon. Parece que na
Amazon essa coisa não deumuito certo. Deu
certo num primeiromomento, mas ela fechou
o sistema, obrigandoousuárioa comprar sóna
Amazon. Nãopode comprar aqui por causa do
formatodele.E issohoje jáestá totalmentesupe-
rado.Nósvendemosoconteúdo,sevocêquiserler
o livronomicro-ondas,paramimé indiferente...
NAJJAR
–Nãoestouatualizado,masexis-
temoutroshardwares?
PEDRO
– Inúmeros, eu estou lendo um livro
numSony.
GRACIOSO
–O conteúdo custapoucosdó-
lares, éumamaravilha.
PEDRO
– Não é tão barato assim. Acabei de
comprarum iPad.Elechegaagorananovaversão
ecustaUS$829, sem impostos.
GRACIOSO
–É, nãoé tãobarato.
PEDRO
–EsseéoSony,mas consigo fazer isso
aquiem30diascomaminhamarca,aminhacor
do jeitoqueeuquiser.
NAJJAR
–Eleé sóume-reader?
PEDRO
–Sim.Os livrosqueestãoaquidentrosão
“AnarquistasgraçasaDeus”,“Antesdobaileverde”,
“Capitãesdeareia”. Estou lendoooriginal deum
amigo.IssoéumformatoquesechamaePub,exis-
temváriaspossibilidadesde formatoeaí temuma
brigadecomovocêvaicolocar issonamáquina.
GRACIOSO
–Hojevocêestáentreasmaio-
res livrariasdoBrasile talvezdaAmérica
Latina, mas nem sempre foi assim. No
tempo do crescimento, você enfrentava
concorrentes fortes – alguns até desapa-
receram, mas eram, na ocasião, grandes
livrarias.Oque fezadiferença, oque fez
daCulturaa“boladavez”?
PEDRO
–Oque fazadiferença?Nonossocaso
éoserviço.Nãopossodizerqueomeu livroseja
melhordoqueodomeuconcorrente.Nãoposso
dizerqueeleémaisbonito,nãopossodizerque
eleémaioroumais leve.
GRACIOSO
–Mas pode conseguir o livro
maisdepressa...
PEDRO
– Mas em termos nacionais, se eu
consigo, ele também consegue. Consigo que a
Companhia das Letrasme entregue o livro no
dia seguinte. Ele também. Não tem nada que
possame diferenciar a não ser no serviço, pura
esimplesmente.E foi aí quenosdiferenciamos.
NAJJAR
–Atendimentoao cliente?
PEDRO
– Não só o atendimento. Aqui nesta
empresa tem uma palavrinha que foi meio er-
radicada do vocabulário nacional em todos os
níveis.Apalavraécompromisso.Ocompromisso
éhonrado.Seeuerreipagopelomeuerro.Seeu
prometi, cumpro. Se não cumpro, pago. Isso é
umacoisaquevalorizamosmuito.
GRACIOSO
– Isso fazdiferença.
PEDRO
–Aspessoaspercebem.Acreditoque isso
possa fazer a diferença, sim. Invisto nisso, então
ninguémprometenada.Informatizamostudopara
prestar umbom serviço, para que o atendente, o
vendedortenhaboasferramentasemmãosparanão
falarbobagem.Elenão temobrigaçãodeconhecer
físicaquântica,mas temaobrigaçãodeentendera
necessidadedoconsumidoredispõedeferramentas
para atendê-lo. Então énissoque investimos, em
prepará-loparaentendereprestarumbomserviço.
Quaseperdi amigos ao indicar livros. Um amigo
meufoiviajaredisse:“Voutirar15diasdeférias.O
quevocê recomenda?Deium livroaeleequando
ENTREVISTA