Valores_Marco_2010 - page 26

ENTREVISTA
R E V I S T A D A E S P M –
março
/
abril
de
2010
26
TOLOVI
–Paranãoacontecernadaeeumeprotejo
nãosendomuitoousado,nãoentrandoemconfli-
tos,mesmosabendoqueapessoaestáerrada...
low
profile
.Eunãoquerogenteassim.Aliás,nenhum
empresário quer, alguns aceitam, mas ninguém
quer.Notamosque,naturalmente,nessasempre-
sas–eeudiriaqueporquestãocultural–aresposta
dopresidenteé“queropagarovalor justodapes-
soa”.Daquiapouco,podeestar faltandogentede
TecnologiadaInformaçãoetodosvãosubir.Aí,ele
terádeexplicarparaosoutrosporqueessepessoal
ganhamais. “Quer ganharmais?Perfeito, então
vocêprecisafazeralgunscursos”.Muitasempresas
abremessesmecanismosdeajuda,quepoderiaser
chamadodevariável.Ovariável podenão ser só
em funçãodoqueeu faço,masmuitoem função
doqueaempresaconseguiu.
GRACIOSO
–Issoécurioso,éumatendência
modernaaderetribuirnãoaoindivíduo,mas
aquiloqueogrupoconsegueemconjunto.
TOLOVI
– Issoacontecemuitoeéumadiscussão
tambémeternasedeveriapremiaro indivíduoou
ogrupo.Tiveumproblemadesses.Umavez,íamos
distribuir10%donosso resultado, quandoveioa
propostadedistribuir todoodinheiropor igual,
dividindopelonúmerodepessoas,porqueassim
osqueganhassemmenos,ganhariammais.Não
concordei, propus quemetade fosse distribuída
proporcional ao salário–quemganhamais, não
ganhamaisàtoa.Eletemmaisresponsabilidades,
éaquelequenãodormeporqueoclientetelefonou.
Equeaoutrametadefossedivididapelonúmerode
funcionários.Tenhoosdoiscomponentes:douum
poucoamaisparaquemganhamais,mastambém
douapossibilidadedaquelequeganhamilreaisre-
ceberquatrosalários.Essaéanossaformainterna
dedistribuiçãode rendaem funçãodoqueaem-
presagerou.Brincamosnoescritórioqueonosso
melhor funcionárioéaMariana, encarregadado
café, equalquersugestãode fazeralgoparaela,o
pessoal colocadinheirodoprópriobolso.
HIRAN
– Fica uma aura de simpatia, de
acolhimento.
TOLOVI
–Ela cuida como se todos fossem seus
filhos. Temosumasmil empresasnasdiferentes
listasaoredordomundoe todavezalguémcon-
ta uma história normalmente triste, um drama
ocorrido,oque foi feitoparasolucioná-loecomo
aempresa reagiu.Esempre temumahistóriade
solidariedade, é a empatia. Esse éum elemento
culturalmuito fortequeexistenasempresas.
GRACIOSO
– Cultura, esse assunto sem-
pre me interessou. Uma vez pedi a doze
amigos, todos presidentes de empresas
degrandeporte,quememandassemnum
pedaçodepapeloenunciadodaculturada
empresa.Apenasumtinhaissoporescrito,
oJorgePauloLemann,daAmBev.Aqueles
enunciadoscorrespondiamexatamenteao
queaAmBev faznarealidade,acultura lá
épara valer e estava registradanopapel.
Osoutrosonzedisseram“ah,Gracioso...”.
Eamaiorianuncamemandounada.
TOLOVI
–Sevocêperguntaparaumpresidente
qual a cultura da sua empresa e ele diz que
vai levantar, acho que existe um problema já
detectado...
HIRAN
– Ou não tem cultura, ou ele não
sabeoqueestá fazendo.
GRACIOSO
–A cultura existe, está na ca-
beçadaspessoas.
}
Se estou numa empresa em que me sinto respei-
tado, estoucrescendo, medesenvolvendo e fazendo
maiscoisascomoentusiasmodequerer chegarmais
cedo para terminar alguma tarefa.
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