Valores_Marco_2010 - page 75

março
/
abril
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
75
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BIBLIOGRAFIA
Vale ressaltar queos critérios exigidosparaesse
pertencimento são sempre estabelecidos com
vistas ao objetivo coletivo, portanto impessoal.
Pertencerrequeradesãoaoscódigosculturaisde
uma organização e sustentação de práticas que
asseguremofuncionamentoeodesenvolvimento
daempresademodo razoavelmenteordenadoe
controlado. Para que isso aconteça, as pessoas
abremmão de uma parte de seus interesses
individuais em benefício do empreendimento.
A relaçãode reciprocidadeentreasnecessidades
do indivíduo e as exigências da organização é
umdosgrandes fatoresdesucessoparaacultura
organizacional criativa.
Modificar a cultura de uma organização é uma
tarefaárdua,àsvezesimpossível.Omal-estarque
seexperimentaemumaorganização incapazde
lidarcomseusproblemasculturaiséfrutodadinâ-
micaqueseformanarelaçãoentreosindivíduose
aempresa.Umavezqueaculturaorganizacional
contém elementos que dão sentido e conferem
identidadeaosseusmembros,qualquermudança
nessaconfiguração–pormaisnecessáriaqueseja
– implicaumamudançatambémnaautoimagem
dos indivíduos.Aspessoas refutamqualquer in-
formaçãoqueameace seu sistemade crençasou
que ponha em risco a identidade construída no
seio da organização. A resistência amudanças,
nestecontexto, éa respostanatural do indivíduo
àquiloqueoameaça inconscientemente.
É importante frisar que as ideias apresentadas
nesta reflexão partem do princípio de que a
razão não controla a natureza instintiva do ser
humano. Realizar mudanças no plano cultural
de uma empresa é uma iniciativa que deve ser
pensada eplanejada apartir dahistória especí-
fica de cada organização, tendo em vista que o
comportamento de grupo não segue amesma
lógica do comportamento individual. Trata-se,
portanto, deumprocessodemoradoe laborioso
quecontrasta,enormemente,comamentalidade
contemporânea que exigemudanças rápidas e
adaptações instantâneas.
O ponto de partida para a modificação da
culturadeumaorganizaçãoestáno reconheci-
mento e aceitaçãodos problemas por parte de
seus líderes e dirigentes. Isso requer uma boa
dose de coragem, flexibilidade, bom humor e
franquezaparapôrascartasnamesa,eliminar
excessos e estabelecer diretrizes compatíveis
comosvaloresreaisdeseus lideradoseos ideais
almejadospelaorganização.
Noentanto, devemos teremmentequeeliminar
porcompletoomal-estar inerenteàculturaorga-
nizacional é uma ilusão. E admiti-la como uma
variável real fazpartedo jogocorporativo.
ES
PM
PERICLESPINHEIRO
MACHADO JR.
Consultororganizacionalepsicoterapeuta.Sócio-
diretordaMindatWork–ConsultoriaAnalítica.
Psicanalistamembroda InternationalAssociation
forJungianStudies.administraçãodeempresas
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