Setembro_2003 - page 84

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R E V I S TA D A E S PM –
S E T E M B R O
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O U T U B R O
D E
2 0 0 3
Transformações no
Mercado
deTrabalho
v
Aquestãoclássicada transformação
seculardaestruturadomercadode tra-
balho que embasa as teorias do pós-
industrialismo, pormeio da análise de
suaevoluçãonosprincipaispaísespós-
industrializados;
v
Osurgimentodeumaforçadetraba-
lhoglobal;
v
O impacto específico das novas
tecnologiasda informação sobreopro-
cessode trabalhoesobreomercadode
trabalho,avaliandoo temor reinantede
umasociedadesemempregos;
v
Os impactos potenciais da transfor-
maçãodotrabalhoedomercadodetra-
balhosobreaestruturasocial.
Ao final,Castells formulaahipóteseal-
ternativa da individualização do traba-
lhoeafragmentaçãodassociedades.Sua
observaçãodaevoluçãodoempregonos
países do G-7 revela alguns aspectos
básicosque,de fato,parecemsercarac-
terísticosdassociedadesinformacionais:
v
Declínioestáveldoemprego indus-
trial tradicional;
v
Eliminação gradual do empre-
go rural;
v
Aumentodos serviços relacionados
àproduçãoedosserviçossociais;
v
Crescente diversificação das
atividades do setor de serviços como
fontes deemprego;
v
Rápida elevação do emprego para
administradores, profissionais especia-
lizadase técnicos;
v
A formaçãodeumproletariado“de
escritório”, composto de funcionários
administrativos;
v
Relativaestabilidadedeumaparcela
substancial do emprego no comércio
varejista;
v
Crescimento simultâneo dos níveis
superior e inferior da estrutura
ocupacional;
v
A valorização relativa da estrutura
ocupacional ao longo do tempo, com
uma crescente participação das profis-
sões que requerem qualificações mais
especializadas e nível avançado de
instrução em proporçãomaior que o
aumentodascategorias inferiores.
Issonos levaàconclusãodeCastells de
queo impactodeumaestruturadoem-
prego,decertaformavalorizada,nospaíses
pós-industriais, sobre a estrutura social
dependerá da capacidade de as institui-
çõesincorporaremademandanomercado
detrabalhoevalorizaremostrabalhadores
naproporçãodeseusconhecimentos.
5.
O EMPREGO
NA ERADO
CONHECIMENTO
Analisando os fenômenos sociais
e seus reflexos econômicos, numa
visãobiunívoca, Jones (1975)
1
afir-
mou que “todo período histórico
parece ter sidoassociadoaumde-
safioeconômicoproeminente, que
ultrapassa os limites da discussão
especializada e se torna tema de
interesse público”.
A visão de uma economia basea-
da no conhecimento, de Stewart
(1998), parece replicar a conclu-
são de Jones. A teoria do Capital
Intelectual se baseia na conclusão
inequívoca de que o avanço
tecnológico confere um grau de
produtividade nas empresas, rele-
gando a mão-de-obra operária a
uma gradual substituiçãopor inte-
ligência corporativa, onde o que
interessa não émais o custo agre-
gadodohomemaoapertar umpa-
rafuso, mas no valor econômico
gerado pela sua inovação e
criatividade. Observamos um
mundo em que cada vez mais o
homem será valorizado pela sua
capacidadede saber usar oconhe-
cimento e a informação.
A conclusão geral de Castells
(1999) de que se observa nos paí-
sesmais ricos amigração dos em-
pregos do setor industrial para o
de serviços parece encontrar res-
paldo nas assertivas de Stewart.
A diferenciação é essencial para a
compreensão. A comunicação é o
meio. A informação é o conjunto
dedados quenavegapelomundo.
A tecnologiada informaçãoéa fer-
1...,74,75,76,77,78,79,80,81,82,83 85,86,87,88,89,90,91,92,93,94,...119
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