Setembro_2003 - page 78

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R E V I S TA D A E S PM –
S E T E M B R O
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O U T U B R O
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2 0 0 3
Transformações no
Mercado
deTrabalho
Umaanálisemaisprofundadessecon-
texto nos leva a crer em uma possível
desorganizaçãodo capitalismomoder-
no, comumavanço sem fronteirasdo
capitalfinanceiroemdetrimentodeuma
reestruturação saudável daprodução e
domercadodetrabalho,emnívelglobal.
1.
CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA
Oavançoda tecnologiada informação
nos últimos 30 anos permitiu a
conectividade de pessoas e agentes
econômicos – eentreelesmesmos –
em temporeal,encurtandoo tempoen-
treofatoeasuadivulgaçãopelosmeios
de comunicaçãodemassa, entre o le-
vantamento dos dados e a análise das
informações eentreos eventos ea to-
madadedecisãonasempresas.
Decerto, nesse hiato temporal, o
mundocapitalistaobserva,naaflição
pelo incrementonaprodutividade,as
empresas serem automatizadas em
paralelo com a crescente ênfase na
qualidade total e no marketing; o
mundo comunista desmancha-se
comadesintegraçãodaUniãoSovi-
ética e nas secessões étnicas, numa
busca por uma identidade naciona-
lista. Em contra-senso, a integração
do mundo se dá pelo comércio,
informatizaçãodosmeios de comu-
nicaçãoedomercado financeiro in-
ternacional, permitindo a interação
de países de diferentes continentes
numaproporção jamais vistanahis-
tóriadahumanidade.
Nesse sentido, Castells (1999) acentua
quea tecnologiaeogerenciamentoda
tecnologia, envolvendo mudanças
organizacionais, poderiam estar se di-
fundindo a partir da produção da
tecnologiada informação, telecomuni-
caçõeseserviçosfinanceiros,alcançan-
dograndeparteaatividade industriale
depois os serviços empresariais, para
então,aospoucos,atingirasatividades
deserviçosdiversosemqueexisteme-
nos incentivo para a difusão da
tecnologiaemaiorresistênciaamudan-
çasorganizacionais.
Nopassado,especialmentenospaíses
desenvolvidos, oEstadodobem-estar
social conseguiamanter sua legitimi-
dade em função de suas reais condi-
ções de atender às demandas sociais
oriundasdediversossegmentosdaso-
ciedade.Assim,estabeleciacertoequi-
líbrioentreos atores sociais, as forças
políticas e as forças do Estado, capaz
deabsorverosconflitossociaiseman-
ter o funcionamentobásicoda socie-
dade. Contraditoriamente, porém, a
política liberal rapidamente sedesen-
volveucomintuitodedesmontaraque-
le formatodeEstado, tendocomoum
dos objetivos beneficiar a rápidaacu-
mulação e transferência do capital,
entrepaíses.
Essa facilidade proporcionou uma
enorme liberalizaçãoeavançodocapi-
tal financeiroespeculativo, oquepode
terajudadoa rompercomaantiga rela-
çãodesegurançaexistenteentreoEsta-
doeasociedade,vigenteatéentão.As-
simsendo,umadasexplicaçõesdacrise
domundomodernoseriaconseqüência
das contradições e antagonismos que
amadurecemnoâmbitodeumacorre-
laçãodeforçasentreproprietáriosdeca-
pitale trabalhadoresapartirda falência
do
WelfareState
.
Uma das explicações da crise domundomoderno seria conseqüência
das contradições e antagonismos que amadurecemno âmbito de uma
correlação de forças entre proprietários de capital e trabalhadores a
partir da falênciado
WelfareState
.
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