Setembro_2003 - page 86

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R E V I S TA D A E S PM –
S E T E M B R O
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O U T U B R O
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Transformações no
Mercado
deTrabalho
6.
CONCLUSÃO
Polanyi (1999) destacou, em sua
clássicaobra, que a “insensibilida-
de e ganância dos capitalistas em
buscade lucropoderia levar auma
grande devastação social e a um
sistema incontrolável, a economia
demercado”.
Acontradição resideno fatodeque
a hegemonia de mercado e suas
exigências atingiu um nível de tal
intensidade,que se tratadeuma so-
ciedade que substituiu a explora-
çãopelaexclusão,contribuindopara
queemdiversaseconomiasosciclos
de declínio econômico se intensifi-
cassem. Em respostaa isso, surgiram
novosmovimentossociais,que,ape-
sar de trataremmaisdeautogestãoe
democracia interna do que a antiga
luta pela tomada do poder, verifica-
se, em casos mais complexos, que
em alguns países o poder do Estado
com relação à segurança de seus
cidadãos já esteja em cheque.
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Decerta forma, oqueencontramos
na sociedade liberal atual é a de-
composição da ação coletiva que
não é mais capaz de contestar a
apropriação privada dos meios de
produção e refugia-se cada vez
mais no consumismo fácil e
incontrolável daeconomiademer-
cado. Na verdade, a visão liberal
ignora os excluídos do processo,
mostrando claramente uma visão
míope de desenvolvimento.
Em contraposição a essa doutrina
liberal, a visãode Sen (1999) suge-
reumdesenvolvimentoeconômico
mais amplo e commais liberdade.
Castells (1999) também chama atenção para a possibilidade de uma exclusão não só de pessoas e empresas,
mas até de países, caso não consigam se plugar ao sistema global que chama de sociedade de rede.
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