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julho/agostode2013|
RevistadaESPM
A China, como quase todos os países do Pacífico Asiá-
tico, passouda faseeconômicadepaísperiféricoparaade
inserçãodoseuprocessoprodutivonacadeiadeprodução
global.Issosedeupormeiodepolíticasdedesenvolvimento
industrial, da importaçãode tecnologias, conhecimentoe
bens e serviços demelhor qualidade e dopreparodopovo
para enfrentar edesfrutar da concorrênciaglobal. Tantoa
China quanto os demais países da região têmcomometa
transformarsuaseconomiasemplataformasdeirradiação
dedesenvolvimentoparatodasasnações.Trata-sedeprogra-
masdedesenvolvimentonoâmbitodaconcorrênciaglobal.
Atualmente, do total das exportações da região asi-
ática, 53% são direcionadas aos países da região, não
mais do que 8% aos Estados Unidos, 10% à Europa e
o restante aos demais países. O pilar de sustentação
desse desenvolvimento é a qualidade da educação em
todos os seus níveis. Portanto, o crescimento e o desen-
volvimento dos países asiáticos dependemmais deles
mesmos do que do comércio como restante domundo,
embora se destaque o elevado nível de importações
que se dá com as nações mais avançadas. Os asiáticos
importammuitos bens de capital, ciência e tecnologia
dos países avançados, agregam valores à sua produção
e a exportampara a região asiática, acumulando conhe-
cimento, tecnologia e inovação regional.
Emvistadisso,omundoeconômicoediplomáticodepen-
derácadavezmaisdos interessesdessespaísesconsidera-
dos emergentes. Há um processo contínuo de integração
econômica e da cadeia produtiva entre os países asiáticos
eo restantedomundocomoestratégiadeabsorçãode tec-
nologia e mercado, o que influencia o crescimento dessa
região. Isso não representa umdescolamento em relação
àsdemais economiasdomundo,masumdistanciamento
das causas das crises financeiras, fiscais e institucionais
doblocodosdesenvolvidos. AChinaeosdemaispaísesdo
PacíficoAsiático vivemuma fase de inflexão de países de
rendamédiaparapaísesdesenvolvidos comcrescimento,
distribuiçãode renda e acesso ao conhecimento.
Emfasedetransformação,oBrasildeixaparatrásocapi-
talismo de Estado para adentrar no capitalismo de mer-
cado. DesdeoPlanoReal (1994) atéopresente, aspolíticas
públicas priorizarama estabilidade de preços e adotaram
medidasimportantes:ordenaramapolíticafiscaldosentes
públicos (Estados e municípios); consolidaram e capitali-
zaram o sistema bancário; reformaram, parcialmente, a
previdência; ampliaram o papel do Estado de bem-estar
social; reduziramapobreza; criaramumaagendade refor-
mas microeconômicas; passaram a estimular, cada vez
mais, a economia de mercado; consolidaram o processo
democrático; e fortaleceram o sistema judiciário. Essas
ações possibilitaramo crescimento do país, porémainda
nãode forma sustentável.
Nomomento, a retomada da inflação de forma tão dis-
seminada entre todos os setores econômicos preocupa
pelo fato de ela refletir desequilíbrios institucionais
existentes, como o elevado deficit da previdência, em
mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), um deficit
nominal em2,2% do PIB, os crescentes gastos correntes
do governo federal e a sistemática de ajustes do salário
mínimo. Este temsido ajustado emtorno de dez vezes os
ganhos de produtividade econômica da nação. Se o PIB
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