julho/agostode2013|
RevistadaESPM
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Nãoseamadurecemais
rápidoemsaladeaula
Por Alexandre Teixeira
Foto: Divulgação
M
arisa Eboli é professora da Faculdade de Economia e Administração
da Universidade de São Paulo (FEA). Suas áreas de especialização
são educação corporativa, gestão do conhecimento e administra-
ção de recursos humanos. É também autora do livro
Educação cor-
porativa no Brasil: mitos e verdades
(Editora Gente, 2004), resultado da análise de 21
casos de companhias brasileiras que implantaramprojetos na área.
As universidades corporativas surgiram no final do século 20, como uma con-
sequência da passagem das administrações taylorista-fordistas para uma gestão
flexível. “Na organização taylorista, a mera repetição do trabalho e a reprodução do
conhecimento eramsuficientes para umbomresultadonos negócios”, escreveMari-
sa. “Combase nessa visão, formaram-se as áreas de treinamento&desenvolvimento
(T&D) das empresas.”Mas, no fimdo século passado, o ambiente de negócios passou
a ser definido pelas mudanças incessantes e pela necessidade de líderes flexíveis,
capazes de responder rapidamente às alterações nas regras do jogo. Autodesenvolvi-
mento e aprendizagem contínua tornaram-se essenciais para os profissionais. Boas
práticas de gestão de pessoas passarama resultar emmaiores lucros. Empresas com
melhores ambientes de trabalho tornaram-se casos de sucesso. As áreas de treina-
mento deram lugar, então, às atuais universidades corporativas. Milhares de empre-
sas americanas criaram institutos de ensino para satisfazer a carência de conheci-
mento dos empregados. Onúmero de organizações comuniversidades corporativas
nos Estados Unidos cresceu de 400 em1988 para duasmil em2004.
Emmaio, Marisa fez uma visita a universidades corporativas nos Estados Unidos,
como o campus da Accenture, onde assistiu a uma palestra sobre a “sala de aula do
futuro”. Nesta entrevista, ela fala de tecnologia na educação, parcerias entre universi-
dades corporativas e tradicionais, e da adequaçãodosMBAs aos jovens líderes.