Revista ESPM - maio-jun - Brasil Assombrado. Que caminho seguir. - page 24

Mercado global
Revista da ESPM
|maio/junhode 2013
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nar o problema, sendo que as 12 propostas de emendas
constitucionais, leis complementares, leis ordinárias e
resoluções que a nossa comissão, nomeada pelo Senado,
apresentou no dia 30 de outubro de 2012, continuam
repousando, serenamente, nas gavetas do Senado!!! Foi
completamente desperdiçado o trabalho dos 13 —Nelson
Jobim (presidente), Everardo Maciel (relator), Bernard
Appy, Bolívar Lamounier, Fernando Rezende, Ives Gan-
dra Martins, João Paulo dos Reis Velloso, Luís Roberto
Barroso, Manoel Felipe Rêgo Brandão, Marco Aurélio
Marrafon, Michal Gartenkraut, Paulo Barros Carvalho
e Sergio Roberto Rios do Prado —, que, “pro Bono”, apre-
sentaram vetores para uma solução.
Os encargos trabalhistas cada vez mais pesados impe-
demqueganhemospoder deconcorrência, emrelaçãoaos
paísescomencargos inferiorese, principalmente, perante
os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em
que são menores e, muitas vezes, bemmenores.
Por fim, essa visão de que cabe ao Estado controlar a
economia, e não apenas dar condições de expansão para
quemsabeatuar, queéa sociedade, tornaoengessamento
desuasvirtualidadesuma realidadenegativa, comopoder
atuando mal e prejudicando mais do que auxiliando a
“performance” dos agentes econômicos.
Naeconomia, quandooEstadonãoatrapalha, jádesem-
penha umexcepcional papel. Quando atrapalha pouco, o
país pode crescer. Quando atrapalha muito, o resultado
são os dois anos de baixo PIB e alta inflação. Num país
em que a política do ministro da Fazenda resume-se em
baixar o IPI, Cofins ePISpara controlar a inflaçãoemexer
no IOF visando intervir na política cambial, sem, todavia,
haver umplanejamentoacurto,médioe longoprazospara
ganharmos competitividade empresarial, tecnológica e
logística, a posição do Brasil é de retrocesso e de afasta-
mento das demais nações, como alertou Christine Lagar-
de, presidente do FundoMonetário Internacional (FMI).
Nesseparticular,ogovernoLula,queseguiurigorosamen-
teapolíticadogovernoFernandoHenriqueCardosonoque
dizrespeitoàeconomia,comotríplicecontrole(metasdein-
flação, câmbioflexível e superavit primário), foimuitomais
pragmático que o governoDilma, que, de rigor, semo dizer
expressamente, começa a abandonar os três fundamentos
bem-sucedidos da economia de 1994 a 2010.
Comparado ao pragmatismo de Lula, menos culto, mas
mais sensível à realidade brasileira emundial, o ideologis-
latinstock
Christine Lagarde,
presidente do FMI:
”Aposição doBrasil
é de retrocesso e de
afastamento das
demais nações”
Estamos assemelhando-nos
aos modelos malsucedidos de
Venezuela e Argentina e perdendo
terreno para outros países
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