estratégia
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
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Para a sociedade contemporânea, as modernas tec-
nologias de comunicação e as redes sociais permitiram
aos consumidores um poderoso ambiente democrático
de socialização política e comportamental, de onde eles
podem, agora, retirar informações e recursos, assim
como expor, conhecer,mediar e explorar novosmodos de
pensar, fazer, ser e se expressar a partir de várias formas
verbais e visuais, afetivas e emocionais, as experiências,
osusoseas significaçõesque fazemdeprodutosemarcas.
O que a tecnologia fez foi permitir e facilitar a expressão
do consumidor da forma mais enfática. Seu papel foi
reforçar o poder que eles já vinhamconquistando. Na ex-
pressão deDon Tapscott, autor do livro
A hora da geração
digital
(Editora Agir, 2010), a internet se tornou um novo
Ágora
, uma grande arena global defluxos e discussões no
mundo contemporâneo, criando canais de comunicação
e engajamento social. OFacebook, por exemplo, possuía
55 milhões de perfis ativos de brasileiros, enquanto o
Twitter contava com 40 milhões de usuários no Brasil,
no começo do segundo semestre de 2012.
Consumidores engajados
Ao conectar consumidores dispersos,mais informados e
ruidosos, não da velha forma linear, mas em um contex-
to de redes, a
new media
ampliou o processo dialógico,
conectando os
netizens
(cidadãos virtuais), de forma
rápida, abrangente e impactante. Nas mídias sociais, as
mais diversas questões e conteúdos são colocados, dis-
cutidos e (re)socializados abertamente, o que faz desse
grande canal virtual um rico ambiente de produção de
fluxos semióticos e culturais da vida contemporânea.
Mas a tecnologia, por si só, não muda o mundo. Precisa
haver disposição, engajamento e mobilização dos seus
usuários, além do estabelecimento de um novo padrão
ético das relações em rede e uma nova cultura política
entre os usuários.
Essa disposição dos consumidores em acessar novos
canais, dialogar e colaborar com organizações nas redes,
de forma maciça e intensificada, tem causado profundas
mudanças nos ambientes e modelos de negócios. As orga-
nizaçõesvãoprecisarcadavezmaisseaproximar,envolver,
interagireresponderdeformamaisdinâmica,transparen-
te,receptivaeresponsivaaos
inputs
dosseusconsumidores.
Com o vertiginoso e constante crescimento das tec-
nologias da comunicação, umnúmero cada vez maior de
organizações está empenhado em antecipar tendências
e necessidades e ganhar diferencial competitivo dentro
dos seus segmentos, investindo em informação, conhe-
cimento, inovação e relacionamento com sua base de
consumidores. Muitas delas estão repensando as formas
de produzir e disseminar valor para se mostrarem ino-
vadoras, relevantes e competitivas nesse novo cenário.
A geração e produção de informação, conhecimento,
criatividade e valor apartir daparticipaçãoativa e colabo-
rativa, nos ambientes eplataformason-line, formadaspor
comunidades e coletivos de prossumidores (umamistura
deprofissional, produtor e consumidor) entusiastas e
lead
Criação, desenvolvimento,
comunicação, entrega e gestão
do valor passarama ser um
exercício colaborativo e plural...
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