Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2003
65
executá-las.Alémdisso, uma consultoria
deve ter bem clara sua definiçãonoque
se refere a estrutura e amplitude.
Aestruturadeumaconsultoriapode
ser dividida em pacote ou artesanal.
Uma consultoria empresarial do tipo
pacote é aquela emque há uma transfe-
rência de fortes estruturas de metodo-
logiasede técnicasadministrativas, sem
se preocupar com a adequação da
realidade atual da empresa-cliente. Já
uma consultoria do tipo artesanal é
aquela que procura atender às
necessidades do cliente através de pro-
jetos específicos. Seria esta a proposta
deste estudo. Issonão a impede, porém,
de utilizar o
know-how
já adquirido em
outros trabalhos.
Com relação à amplitude, uma
consultoriapode ser especializada, istoé,
atuarempoucosassuntos;ouglobal-inte-
grada, ou seja, atuar de forma interativa
em todas as atividades do cliente.
Aconsultoriapropostaneste trabalho
seria a do tipo artesanal especializada,
umavezquevisaatenderde formaespe-
cializadaaspanificadoras,ofertandopro-
postasnasáreasdemarketing,RH, finan-
ças e logística.
2.2PequenoVarejo
ePanificadoras
Segundo o Instituto ACNielsen do
BrasilLtda.,Censo2000,oPequenoVa-
rejo abrange estabelecimentos que
podem ser divididos em lojas tradicio-
nais, onde é necessária a presença de
vendedor/balconista e auto-serviço,
cujos produtos estão dispostos de
maneira acessível, permitindo aos
freguesesse“auto-servirem”.Dentroda
divisão auto-serviço enquadram-se, no
pequenovarejo, as lojasquepossuematé
9
check outs
(balcão na saída da loja,
comcaixa registradoraouqualqueroutro
equipamentoquepermitaa somaecon-
ferência das compras). Acima de 10
checkouts
,osestabelecimentossãocon-
siderados médio varejo e/ou lojas
Key
Account
, normalmente grandes redes.
OvolumedeVendasdoPequenoVa-
rejo, segundo esse Instituto, representa
57% do total Brasil, com 325.300 esta-
belecimentos, sendoquenaGrandeSão
Paulo estes representam 26%, com um
total de 21.300 estabelecimentos. O
Instituito ACNielsen do Brasil não
considera as informações da Re-
giãoNorte.
De acordo com a
AssociaçãoBra-
sileira da In-
dústriadePa-
nificação –
ABIP, há
atualmente
quatro tipos
de panifica-
doras. São
eles:
Padaria tipoBoutique:
Localiza-
das em regiões com alto poder
aquisitivo, oferecendo produtos própri-
os e importados. Sua quantidade não é
representativa;
PadariadeServiço:
Localizadas
em regiões centrais e ruas com grande
circulação e concentração de lojas co-
merciais ou escritórios. Além dos pro-
dutosdepadaria, confeitariae rotisserie,
oferecem serviços de bar, lanchonete,
fast-food
etc;
Padarias de Conveniência:
Lo-
calizadas embairros residenciais.Além
dos produtos próprios: padaria, confei-
taria,
rotisserie
e serviços de bar e lan-
chonete, oferecemumagamadeprodu-
tos de conveniência, chegando algumas
a oferecer cerca de 3.000 itens;
Pontos Quentes:
Uma tendên-
cia européia emque a padaria abre uma
filial, envia alguns tipos de pães já em-
balados e outros tipos de pães congela-
dos (ou resfriados) para assar no local.
Nãohánecessidadedegrandesespaços,
pois não há setor de produção, o esto-
que é de reposto diariamente pela ma-
triz, utilizandomenor número de mão-
de-obra.
Segundo pesquisa realizada pela
ABIP, uma panificadora possui cerca
de 350m
2
. Trabalham, emmédia, cer-
ca de 12 pessoas, sendo 10 emprega-
dos.Normalmente, seuhoráriode fun-
cionamento é das 6h00 às 22h00, to-
dos os dias da semana, porém, há
aquelas que permanecem abertas 24
horas todos os dias.
Ainda segundo aAssociação Brasi-
leira da Indústria dePanificação, o seg-
mento de Panificação e Confeitaria no
Brasil representaum faturamentoao re-
dor deU$ 16 bilhões/ano,
empregando
como mão-de-obra direta mais de
530.000 pessoas e um número estima-
do demão-de-obra indireta ao redor de
1,5 milhão.
Atualmenteestima-sequehá45.000
panificadoras noBrasil distribuídas pe-
las regiões brasileiras conforme de-
monstradonográfico1.6. Em1984esse
número era estimado em32.000panifi-
cadoras e já atingiu, em 1996, cerca de
55.000 pequenas empresas.